O fabricante de processadores vai concentrar-se em tecnologia de segurança mais integrada no hardware e componentes.
A Intel está a abandonar o controlo da McAfee, embora mantenha uma quota de 40% no capital social da empresa. O fabricante vende à TPG a restante participação, por 3,1 mil milhões de dólares, após ter comprado a empresa há sete anos por 7,68 mil milhões.
A experiência foi muito irregular e ainda no ano passado envolveu uma acção judicial instaurada por John McAfee, fundador da McAfee. Integrada no portefólio da empresa de investimentos, a última voltará a ser uma empresa independente de segurança.
E o fabricante de chips pretende focar as suas operações internas na segurança de componentes de hardware. Para a Intel, a McAfee resulta numa das piores aquisições da empresa.
Mas o fornecedor de processadores estava certo quando desencadeou a compra, com o objectivo de adicionar camadas de segurança ao hardware e aos componentes. Conseguiu incorporar a tecnologia da adquirida em firmware à escala dos chips de servidor e PC e desenvolveu ferramentas de gestão de segurança.
Mesmo assim, a McAfee tinha poucos vínculos com a estratégia de hardware da Intel. Esta executou uma estratégia paralela, de segurança focada em hardware com poucas ou nenhuma ligação com o fornecedor de tecnologia de segurança, renomeada Intel Security.
A Intel quer usar recursos semelhantes ao SGX (Software Guard Extensions) para garantir pagamentos seguros nos PC.
O fabricante de chips acabou por desenvolver sistemas de inicialização mais fiáveis, por exemplo, mas em parceria com outras empresas de segurança de servidores e pagamentos seguros.
A aquisição da McAfee deu à Intel uma visão profunda sobre o segmento da segurança de TIC, disse Doug Fisher, vice-presidente sénior e director-geral do grupo de software e serviços da Intel.
Separar as empresas colocará a McAfee em melhor posição para crescer na área de software, que é a sua competência central, espera Fisher. Deixa também a Intel numa posição melhor para crescer na segurança para hardware à escala dos chips e firmware, acrescentou.
O foco da Intel será colocar instruções e dispositivos de protecção, à escala do silício ou circuitos. E já está fornecer áreas mais seguras nos seus chips onde os dados de autenticação do utilizador podem ser armazenados. É o caso do recurso SGX (Software Guard Extensions) para autenticar dispositivos, potenciais receptores autorizados de conteúdo em vídeo de formato 4K p.
A Intel quer usar recursos semelhantes para garantir pagamentos seguros nos PC.
Actualizações segurança por satélite em desenvolvimento
A segurança também é uma grande preocupação em dispositivos de IoT, mas o fabricante pretende recorrer a parcerias para isso.
Já é membro da Open Connectivity Foundation no âmbito da qual desenvolve protocolos IoTivity, focados na segurança de conectividade sem fios segura entre dispositivos.
A Intel também está a expandir a sua actividade para carros auto-dirigidos, onde a segurança merece grande consideração. Outra área de enfoque é a capacidade de entregar de forma segura, actualizações via satélite para carros com sistema de auto-condução, disse Fisher.