Japão quer estrangeiros para a “Sociedade 5.0”

Durante a CeBIT 20017, as empresas japonesas mostram como pretendem ir além das fábricas sofisticadas e usar tecnologias industriais para desenvolver uma sociedade mais“inteligente”.

escavadora_komatsu-100714044-origDiminuição da taxa de natalidade, envelhecimento da população, catástrofes naturais, poluição, são problemas que a indústria de TIC pode ajudar a resolver? As empresas japonesas dizem que sim e várias estão na CeBIT 2017, a decorrer em Hannover (Alemanha) até 24 de Março, para explicar porquê. Paralelamente, o Japão quer estimular uma participação de mais imigrantes e empresas estrangeiras na vida do país.

A Indústria 4.0, o desenvolvimento de “fábricas inteligentes” nas quais as máquinas se monitorizam umas às outras e tomam decisões descentralizadas sobre produção e manutenção, já tem sido tema do certame. Mas no deste ano, sob o mote “Sociedade 5.0”, o Japão país parceiro do, o Japão, quer levar a transformação para além da indústria fabril e transformadora.

Procura colocar o tema da “sociedade inteligente” no centro das conversas. Mas no substrato da iniciativa estão alguns problemas sociais muito reais. A população japonesa está a decair, mas a idade média de seus cidadãos está a aumentar.

Uma consequência de uma baixa taxa de natalidade e extrema longevidade. Cresce por isso um desequilíbrio entre jovens, trabalhadores activos e aqueles com necessidades de cuidados. Mas com o país em uma área sísmica activa e uma infra-estrutura industrial envelhecida, uma força de trabalho a encolher tem de debater-se com consequências de desastres naturais e incidentes associados à poluição.

Assim a Japan Business Federation (Keidanren) estabeleceu um plano para desenvolver a transformação necessária. Quer abrir mais a oferta de postos de trabalho para trabalhadores estrangeiros e mulheres, dois grupos notoriamente sub-representados na indústria japonesa.

Com isso tem a expectativa de aliviar os problemas demográficos do país. Mas está ainda à procura de formas pelas quais a tecnologia pode ajudar todos os cidadãos a participarem mais activamente na sociedade, os idosos.

Para permitir que as empresas construam ecossistemas de tecnologia em conjunto, a Keidanren quer menos concorrência entre elas e mais cooperação com empresas estrangeiras em algumas áreas. Naturalmente, nota um novo papel na transformação da sociedade, para muitas das tecnologias que já estão a mudar a indústria fabril, como a IoT, a cibersegurança, a Inteligência Artificial e a robótica.

O grau de utilização japonesa de robótica na indústria está em segundo lugar apenas atrás da Coréia do Sul, com 211 robôs por 10 mil trabalhadores. A Alemanha está em terceiro lugar com 161 por 10.000.

O Japão também tem uma reputação de longa data na micro-electrónica, mas nem todas as komatsu3-100714043-small-3x2inovações em exibição na CeBIT são sobre miniaturização de equipamento. A Komatsu, por exemplo, está a exibir a sua mais recente escavadora inteligente.

Enquanto o seu operador humano tem ainda de comandar os movimentos do balde, a PC210LCi-11 compara os seus movimentos com uma versão digital do projecto de construção, para evitar que o trabalhador escave fora da área definida. Isso pode significar menos trabalho de monitorização sobre a obra e levantamento sobre a área escavada. O controlo da operação é feito com um ecrã sensível ao toque.

Toshiba na gestão de baterias domésticas

Empresas como a Tesla e a Toshiba tornar mais vulgar a utilização de grandes baterias para alimentar o funcionamento de residências e outras instalações. E a Toshiba procura perceber como se obtém o máximo valor a partir de cada carga.

Os primeiros frutos de um projecto de investigação, da empresa, estão patentes no certame. Envolvem as agregação de recursos energéticos distribuídos para centrais eléctricas virtuais, na qual se procura equilibrar a procura de energia local, com o fornecimento de energia a partir de fontes renováveis para decidir quando usar as baterias de 10kWh.

Usa uma matriz distribuída dessas baterias para mitigar os impactos de quebras de geração de energia e picos de procura. E com a estrutura espera reduzir a necessidade de geração centralizada. A Toshiba tem planos para disponibilizar ao mercado, o que classifica como serviço, já em Outubro.

 

Monitorização de trabalhadores à escala do corpo

Saber o que está acontecendo numa rede eléctrica ajudará a Toshiba a reduzir os custos de geração e a melhorar a fiabilidade da estrutura. A Fujitsu espera fazer o mesmo com nas instalações fabris.

A sua proposta de painel de gestão para essas infra-estruturas, o Intelligent Dashboard, dá uma visão geral do que está a acontecer numa fábrica. Mas também faz sobressair problemas e oferece orientações para manutenções preventivas.

A mesma empresa está a exibir a Ubiquitousware, tecnologia que emprega algumas das mesmas tecnologias encontradas nos “wearables” para monitorizar a localização, posição corporal e sinais vitais de pessoas.

Servirá para obter informação sobre os movimentos do portador dos dispositivos para identificar anomalias como quedas, sonolência ou problemas de saúde. A Fujitsu vê aplicações da tecnologia, na indústria, transporte (segurança de motoristas) ou em cuidados de saúde, para os quais o equipamento pode ser usado tanto pelo pessoal como pelos pacientes.




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