A empresa pretende promover a utilização da plataforma por todos os operadores em Portugal e depois internacionalizar a oferta. Os primeiros destinos deverão ser Espanha ou França.

Manuel Garcia, administrador na Novabase
A Novabase tem grandes ambições para a comercialização do sistema de bilhética inter-modal que está a desenvolver com a Via Verde Portugal. A exportação da solução baseada na plataforma “Smart-Pay-as-YouGo”, está prevista para 2018, avançou Manuel Garcia, responsável pelo desenvolvimento da plataforma na Novabase.
Embora ainda não existam confirmações, o percurso natural passa por “Espanha e França”, uma questão de proximidade, avança o responsável.
A aplicação está em fase de testes na Fertagus e, esta quarta-feira, foi feita uma prova de conceito em três outros operadores de transportes de Lisboa: Carris, Metro e Transtejo. A app para telemóveis e todo o sistema subjacente está em fase de desenvolvimento e deverá ser lançada no último trimestre do ano.
Depois de ter a solução a funcionar em Portugal, onde a Novabase tem a ambição de conseguir integrar “todos os operadores de transportes”, diz Manuel Garcia, o objectivo é “internacionalizar a app”. Os projectos no país serão, como em muitas outras situações, “casos a apresentar” no exterior.
O pagamento das viagens, em Portugal, será efectuado através da Via Verde. Noutros países poderá estar associada a cartões ou outros meios de pagamento. Apesar de a aplicação ter sido desenvolvida em português, o passo natural será incluir outras línguas como o inglês, o francês e o espanhol, até ao final do ano
Plataforma por excelência para o sector dos transportes
Em Portugal, o desafio da Novabase passa por tornar o sistema com aplicação móvel, na plataforma de pagamentos de transportes, por excelência, segundo o responsável. Garcia avança mesmo que “o objectivo é que todos os operadores venham a adoptá-lo”. Mas estes terão de perceber o “valor acrescentado da solução”.
Os argumentos para o utilizador final serão a facilidade e a simplicidade de utilização, para os operadores estão relacionados com a optimização de processos: “não há bilhetes, não há máquinas a vender bilhetes, não há dinheiro a ser [mecanicamente] manipulado”.
Do ponto de vista do sistema subjacente à aplicação a integração de novos operadores é simples “significa apenas acrescentar as suas regras de negócio” que são depois assumidas automaticamente pelo sistema.
Desafios no desenvolvimento
Como em qualquer outra aplicação, “do ponto de vista da concepção e desenvolvimento do software existiram um conjunto de dificuldades e desafios para as equipas que tiveram de ser resolvidos”, explica Manuel Garcia, que já anteriormente tinha abordado o tema.
Destacam-se, no entanto, dois: o desenvolvimento do algoritmo por trás do “pricing” ou sistema de de cálculo de preços, o Smart-Pay-as-YouGo, e a comunicação com as cancelas. “Pretendíamos ter uma solução universal, o que não é simples, porque não controlamos os sistemas utilizados pelos operadores e não os podemos obrigar a mudar. Somos nós que temos de nos adaptar”.
No caso concreto dos operadores envolvidos nos testes e provas de conceito “tivemos de lidar com três sistemas de débito diferentes”, assinala. “A Fertagus tem um, o Metro usa outro e a Carris e a Transtejo utiliza o mesmo, mas com sistemas de validação diferentes”.
O algoritmo de de definição de tarifas combina as variadas regras de negócio de cada operador ou conjunto de operadores com o histórico de viagens dos utilizadores.
A aplicação móvel “é autónoma” no “cálculo do tarifário” e aplica “sempre o melhor preço” com base no perfil do utilizados e das viagens que realizou naquele dia, semana ou mês”. O algoritmo de de definição de tarifas combina as variadas regras de negócio de cada operador ou conjunto de operadores com o histórico de viagens dos utilizadores.
Por exemplo, se um utilizador fizer duas viagens em menos de uma hora na Carris e/ou Metro, irá ser cobrada apenas uma viagem e se se fizer mais que quatro viagens e o valor dos bilhetes superar o montante a pagar por um bilhete diário (mais económico), será esta a opção da aplicação.
Estes parâmetros, estas regras de negócio, que já existiam nos operadores, foram introduzidos na aplicação, detalha Manuel Garcia.
A segunda “inovação” destacada por Manuel Garcia está relacionada com a abertura das cancelas de entrada/saída das estações. Sob a lógica de “privilegiar o utilizador”, a Novabase optou por utilizar dispositivos, “beacons”, de baixo consumo energético para evitar o desperdício, por parte dos utilizadores.
Mas a interacção com as cancelas é diferente de operador para operador, revela. “Estamos ainda a aperfeiçoar o sistema”, além de que, essas entradas nos transportes públicos estão a cerca de um metro de distância umas das outras. Quando o cliente se aproxima, podia não ser simples saber por que portão devia entrar, mas o problema foi resolvido, garante.