Bilhética multimodal da Via Verde envolve investimento acima de um milhão

A empresa do Grupo Brisa está a investir cerca de 5% das receitas da empresa na nova aplicação que permite utilizar os transportes públicos e pagar as viagens. A solução deverá entrar em produtivo no último trimestre do ano.

appA Via Verde Portugal vai investir cerca de 5% das suas receitas no sistema de suporte à sua aplicação móvel que permite pagar títulos de transportes colectivos, com o smartphone. “Estamos a falar de mais de um milhão de euros de investimento inicial”, disse, Pedro Mourisca, CEO da Via Verde Portugal, à margem da apresentação do sistema de bilhética multi-modal.

Ao valor inicial, acrescerá o investimento na manutenção e actualização da aplicação cuja prova de conceito foi demonstrada esta quarta-feira em Lisboa.

A solução desenvolvida pela Novabase permite, através de uma aplicação, a interacção directa do smartphone com os equipamentos de validação, utilizando tecnologia de comunicações Bluetooth. O sistema calcula, automaticamente, a tarifa a aplicar.

Para já, o sistema Via Verde Transportes está a ser testado por um grupo de 50 utilizadores dos comboios da Fertagus e deverá estar disponível comercialmente quer neste operador quer na Carris, no Metro e na Transtejo, até ao final do corrente ano.

Segundo Manuel Garcia, administrador da Novabase responsável pelo desenvolvimento da tecnologia por trás da aplicação, “estamos em condições para disponibilizar o serviço em Portugal”, estando em curso negociações com os operadores para o serviço estar a funcionar no último trimestre de 2017.

Pedro Mourisca sublinha que não sendo este “o negócio tradicional da Via Verde”, que tem experiência na cobrança electrónica em parceria com a SIBS, a empresa optou por escolher um parceiro tecnológico “de referência na bilhética”, com dezenas de anos anos de experiência na área.

“Estamos a avaliar em que momento a Fertagus fará a transição de tecnologia QRCode para o uso de dispositivos “beacon””, diz Pedro Mourisca (Via Verde Portugal).

Pedro Mourisca acrescenta que o mundo das apps é muito dinâmico e exemplifica: o sistema nos parques com os quais a empresa trabalha há 14 anos é o mesmo de então. Mas nas apps é “necessária uma constante adaptação”.

A título de exemplo, e referindo-se aos testes em curso na Fertagus, Mourisca explica que o teste está a correr bem, mas que será necessário desde já proceder a uma alteração. A aplicação em experimentação recorre a tecnologia de QRCode, mas em breve essa comunicação será assegurada através da tecnologia Bluetooth Low Energy (BLE) ZAbeacon.

O projecto apresentado esta quarta-feira já assenta em  comunicações por Bluetooth (na opção baixa energia), entre o validador e o smartphone. “Estamos a avaliar em que momento a Fertagus fará a transição de QRCode para beacon”.

Poderá ser aquando do lançamento público do serviço com o Metro, a Carris e a Transtejo, ou, caso se justifique, antes, revela o líder da Via Verde.

no-electricoDurante a manhã desta quarta-feira foi realizada uma prova de conceito da app. Alguns utilizadores instalaram a aplicação e foi simulada a entrada e saída em três transportes públicos distintos: eléctrico da Carris, nas cancelas do metropolitano e finalmente no cais da Transtejo. No final da viagem, Manuel Garcia, administrador da Novabase, falou aos jornalistas e explicou que, para além dos testes em curso na Fertagus, irá iniciar-se em breve uma fase de testes com os restantes operadores em moldes ainda por definir.

 

Modelo de negócio em perspectiva

A Via Verde irá “cobrar um valor por transacção” aos operadores de transportes que não deverão reflectir esse custo nos utilizadores finais, garante Pedro Mourisca, da Via Verde. Esta nova realidade permite a criação de um modelo de partilha de receitas com base em comissões sobre o preço das viagens.

As negociações com os operadores estão ainda a decorrer e deverão estar finalizadas até ao final do ano, revela o CEO.

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Pedro Mourisca, CEO da Via Verde Portugal

Quanto aos utilizadores da app, no final do mês, recebem a factura para pagar, tal como já acontece com o pagamento da Via Verde após a utilização em portagens, parques de estacionamento, postos de abastecimento, entre outros.

Para captar utilizadores, a Via Verde vai investir na comunicação, mas acredita que as vantagens falam por si. Os utilizadores “não precisam de conhecer a rede e a complexidade tarifária que, muitas vezes, lhe está associada”, no final do percurso, o sistema aplicará automaticamente a melhor tarifa ao trajecto percorrido. Para os operadores irá simplificar a adopção de uma “lógica multimodal na utilização de transportes colectivos”, pode ser integrado como actuais sistemas operacionais, permite poupar ao dispensar o suporte físico dos bilhetes e reduzir os custos associados à venda de bilhetes, lê-se na informação disponibilizada.

No futuro, a aplicação permitirá ainda o planeamento da viagem, sendo possível identificar, o ponto de origem e destino e quais as opções de transporte público disponíveis, bem como os respectivos horários, dando ao cliente a oportunidade de escolher em função do preço e do tempo de percurso.




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