Outros entraves notados por empresas portuguesas ligam-se ao desconhecimento sobre os sistemas e à escala das aplicações desenvolvidas, segundo um inquérito da Ousystems.
Preocupações de segurança com as aplicações desenvolvidas em plataformas de “low-code” constituem uma das três principais barreiras à adopção daqueles conjuntos de ferramentas, revela um inquérito realizado pela Outsystems, diz um comunicado.
Os outros dois entraves referem-se a receios associados ao desconhecimento sobre o referido tipo de plataformas e à capacidade de as aplicações ganharem escala. Para a parte do relatório referente a Portugal, a empresa fornecedora de sistemas de desenvolvimento em “low-code”, questionou 555 profissionais de organizações que não são suas clientes.
A produção de aplicações em modelos de “low-code” e “no-code” é identificada em 50% das entidades abrangidas. Cerca de 41% dos inquiridos são programadores, 23% pertencem a equipas de gestão de TI ou são CIOS (23%) e 6% desempenham cargos de arquitecto de sistema.
No todo, o inquérito abrangeu 3200 profissionais de TI, provenientes de 40 países e 28 actividades diferentes, à escala mundial.
Mais resultados do inquérito:
‒ Durante 2017, os inquiridos planeiam sobretudo desenvolver aplicações relacionadas com: portais( de Internet), para obtenção relatórios e análises e automação de processos;
‒ Apesar de a mobilidade ser considerada crucial no desenvolvimento das aplicações, a maioria dos inquiridos (55%) planeia desenvolver menos de uma dezena em 2017 (55%);
‒ Praticamente 60% dos portugueses inquiridos está satisfeito com o actual tempo de desenvolvimento das aplicações, que demoram, na sua maioria, três a cinco meses a serem concluídas;
‒ Os principais desafios reconhecidos pelos profissionais no desenvolvimento de aplicações continua a ser as restrições de tempo, de orçamento e o défice de conhecimento;
‒ Os utilizadores de plataformas de “low-code” e “no-code” usam-nas sobre tudo para aumentarem a capacidade de resposta às necessidades do negócio, reduzirem o actual atraso de TI e evitarem desafios na procura de recursos com as competências técnicas necessárias para o desenvolvimento de aplicações.
Cenário à escala internacional revela mais insatisfação
A análise global sobre os resultados do inquérito revela, segundo o fabricante, que mais de metade dos profissionais de TI inquiridos (62%) reporta a existência de atrasos nas aplicações móveis. Alguns têm mais de dez aplicações suspensas, à espera de serem desenvolvidas.
Apesar de 88% dos inquiridos considerar a mobilidade como funcionalidade ‘necessária’ ou ‘muito importante’, 37% das organizações depara-se com a falta de programadores para aplicações com aquelas características. E 44% assinala haver um défice nas competências necessárias para resolver o problema.
Contudo as restrições de tempo e orçamento são as que têm maior impacto, além da competição feroz quanto a prioridades, embora em menor grau. Cerca de 76% dos inquiridos salientou que é necessário, em média, um período superior a três meses, para desenvolver uma aplicação móvel.
E por isso 44% dos participantes não estão satisfeitos com a actual velocidade de desenvolvimento de aplicações das suas equipas. As organizações estão focadas na busca pela abordagem técnica correcta no desenvolvimento das suas aplicações, que tem levado a mais experimentação.
Perto de 43% dos inquiridos consideram a possibilidade de recorrer ou já utilizam plataformas low-code ou no-code na sua estratégia de TI. A mesma percentagem assumiu que as suas organizações estão a permitir que utilizadores sem formação específica em desenvolvimento, os “citizen developers”, tirem partido desta tecnologia.