Um dos objectivos é enriquecer a plataforma de aplicações de negócio do grupo, revela o director-geral do grupo Fernando Amaral.
“Hoje todo o software é bom e o que se vende é confiança. Não há dinheiro para dar passos em falso”, declarou Fernando Amaral na apresentação da nova imagem do grupo em Outubro. No mesmo dia a empresa anunciava que pretendia comprar duas empresas portuguesas e investir um milhão de euros na operação. “Para concorrer com os grandes é preciso especialização”, defendeu o responsável também.
Em declarações para o Computerworld, o executivo explica melhor as suas intenções e estratégia. Confiança e paciência são referências na internacionalização do grupo, processo no qual a empresa quer aproveitar a emergência na Colômbia, de uma classe média mais forte e pre-disposta a investir.
Computerworld ‒ A Sendys tenciona adquirir duas empresas portuguesas, mas em que sectores?
Fernando Amaral ‒ Na nossa área tecnológica e que tenham produtos para integrar com o ERP.
CW ‒ Isso abrange um conjunto muito grande.
FA ‒ Pode ser na área de BI ou na área da mobilidade. São áreas de negócio que consideramos estratégicas e tivemos de fazer uma opção. Ou desenvolvíamos internamente, ou adquiríamos posição numa empresa com a competência já desenvolvida.
CW ‒ Com uma quota de quanto?
FA ‒ É ter mais de 51%.
CW ‒ Em termos estratégicos, envolvendo a tecnologia, quais são as vossas prioridades?
FA ‒ Temos dois pontos. No campo dos produtos vamos apresentar dois novos produtos, nos próximos dois anos. E vamos ampliar o âmbito dos serviços.
CW ‒ Já baseados nessas aquisições?
FA ‒ Sim. É muito importante porque temos mais de dez mil clientes activos directos, com o nosso software. É a nossa primeira base de desenvolvimento de negócio, por ser mais fácil de vender.
A outra situação tem a ver com novos negócios que tem a ver precisamente com preparar os produtos fora de Portugal. Estivemos presentes numa feira em Macau e a América Latina é muito importante para nós. A estratégia de crescimento passa por aí.
CW ‒ Como se distribui a facturação da Sendys?
FA ‒ 70% é da base instalada e 30% é novo negócio. A operação da Alidata representa 60% e a Sendys, 40%.
CW ‒ O crescimento de 11% previsto para 2016, havendo mais empresas no grupo não é pouco?
FA ‒ Não estou a contar com a parte internacional e trabalhamos numa área de serviços. Não consigo dizer já como vai ser com a operação em Angola e Moçambique.
CW ‒ Se decidirem comprar uma empresa de BI ou analítica já não estão atrasados?
FA ‒ Não, porque temos um ERP próprio. E uma base instalada que ainda não tem BI e nós já fizemos alguns destes desenvolvimentos, para a área de oficina, contabilidade e indústria fabril.
Queremos olhar para isso de forma integrada e incluindo outras coisas como a mobilidade com diferenciação geográfica e localização de produtos. Queremos inovar pela integração de várias tecnologias.
Há muita coisa desintegrada e queremos ter uma ferramenta que ligue tudo, redes sociais como plataforma colaborativa.
CW ‒ A estratégia de cloud passa só aproveitar o datacenter da Alidata em Leiria. Outros parceiros de cloud não interessam?
FA ‒ Já temos parceiros desses. Mas há parceiros mais fortes em alguns países do que noutros.
CW ‒ Quanto representa o negócio na América Latina?
FA ‒ O Brasil, 7% do volume de negócios queremos desenvolver o negócio na América Latina baseado em cloud computing, a partir de cá, e com parceiros.
CW ‒ Que lições pode partilhar sobre internacionalização do negócio de empresas?
FA ‒ Que é preciso ganhar a confiança e ter paciência. Esta última é a qualidade que mais devíamos evidenciar. Cada mercado tem a sua velocidade própria.