“Querem ser reis ou ter sucesso com a startup?”

A questão dirigida aos fundadores das micro-empresas é fundamental, para Mood Rowghani, da Kleiner Perkins Caufield & Byers.

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Mood Rowghani, da Kleiner Perkins Caufield & Byers

“Quando as startups estão muito centradas no fundador, eu saio”, declarou o director-geral da Kleiner Perkins Caufield & Byers para investimento na área digital, . Para o executivo especialista no investimento em projectos de crescimento, os líderes de startups têm de tomar uma decisão: “Ou querem ser reis ou ter sucesso com as suas startups”.

A montagem do núcleo da estrutura tende a ser concluída no ponto de inflexão, quando passa a ser uma scale-up. “Nessa altura já se criou-se a magia que faz funcionar o motor e depois é preciso alimentá-lo”.

Mas 80% dos processos de gestão podem ser entregues a outros executivos, diz o investidor. O fundador tem de estar com “tempo livre para fazer o que está mais habilitado para fazer”, ou seja: inovar.

Ao entregar-se a gestão não se entrega a ideia. Muitos aspectos do aumento de escala do negócios são para os executivos.

“Considero que há uma crise de governo quando o fundador controla tudo”, acentua Rowghani. Apesar disso, para o investidor, um conselho de administração constituído por “celebridades” da gestão geralmente acaba por ser um “circo”.

Carecem sobretudo de uma sinergia de conjunto, de diversidade e por isso não ajudam o fundador, aponta. No mesmo contexto é nocivo que este incorpore na administração amigos.

Porque aquela tem de desafiar o fundador e questioná-lo. Os amigos não o vão fazer tão bem como os gestores independentes, alerta.

Mamãs com as startups pela mão

Mood Rowghani aprecia que sejam pessoas suas conhecidas a lhe apresentarem projectos e start-ups à procura de financiamento. “É como se fosse uma exclusividade”, explica.

Também é uma questão de credibilidade. Para as empresas em fase intermédia de crescimento lança uma recomendação provocadora.

“Não recorram aos bancos para vos apresentar. Se o fizeram vão parecer jovens num baile de liceu levados pela mão da mãe”, ironizou.

Nas iniciativas de angariação de fundos os empreendedores devem pensar sempre na próxima ronda de financiamento. Pedir demasiado dinheiro é contraproducente, porque assusta e afasta os investidores.

“Deixar o mercado decidir permite perceber quem confia mesmo no modelo de negócio”, acredita o investidor.




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