Em troca, quer cooperação no acesso de empresas portuguesas ao maior mercado mundial de comércio electrónico.
A ACEPI assinou esta quarta-feira um memorando de entendimento com o China International E-Commerce Center, equivalente chinês à associação portuguesa, para estabelecer relações de cooperação no âmbito do comércio electrónico. Um dos principais objectivos é posicionar Portugal como base para a actividade de empresas de commerce da China, na Europa, além de facilitar o negócio online de organizações portuguesas no mercado chinês.
Em 2015, o mercado do comércio electrónico na China, o maior do mundo, gerou 582 mil milhões de dólares, avançou Zhu Xiaoliang, presidente do organismo asiático. Perto de 50% clientes portugueses de eCommerce já realizaram compras a fornecedores chineses, de acordo com um estudo da ACEPI e IDC.
Este responsável procurou evidenciar a força da aposta do governo chinês, a qual envolveu um investimento de cerca de 1,26 mil milhões de dólares desde 2014. Incluiu, revelou o executivo, até a criação de centros de atendimento e logística em meio rural, para a facilitar a integração com os circuitos de eCommerce.
Essa a actividade em meio rural atingiu o valor de 53 mil milhões de dólares, em 2015, ilustrou Zhu Xiaoliang. Preconizando a perspectiva portuguesa, Alexandre Fonseca referiu o porto de Sines como factor para a colaboração ao servir como activo logístico relevante, para as trocas comerciais entre os dois países.
De acordo com o presidente da ACEPI, haverá oportunidades relevantes para fornecedores portugueses em área como de produtos para o lar, de moda, acessórios, e envolvendo ofertas como o vinho, azeite e alimentação para bebé.
Memorando com oito pontos essenciais
‒ criação de mecanismos de apoio às empresas portuguesas para desenvolverem comércio electrónico na China;
‒ produção de um estudo para identificar as principais barreiras à actividade de comércio electrónico entre a China a União Europeia;
‒ criação de um “Selo de Confiança” para certificar empresas chinesas, em conformidade com boas práticas europeias;
‒ realização de programas de formação e de intercâmbio para executivos chineses e portugueses;
‒ organizar participação de delegações de ambos os países em conferências e certames de comércio electrónico, marketing electrónico, e tecnologia em Portugal e na China;
‒ cooperação na realização de estudos e pesquisas, numa lógica de observatório;
‒ criação em Portugal de um centro de competências capaz de dar suporte à instalação de empresas chinesas na União Europeia : esta unidade prestará informações sobre a área de comércio electrónico nos diversos países, e através de parceiros proporcionará serviços como a localização de conteúdos, produção de campanhas de marketing, além de armazéns de suporte à importação;
‒ Criação de um mecanismo de cooperação permanente dedicado ao eCommerce.