Conhecimento localizado da realidade é factor privilegiado, segundo Artur Miranda, responsável da Nos para projectos na área das cidades inteligentes.
A cobertura de rede móvel da Nos, e os sistemas de gestão de dispositivos de comunicação sem fios, são argumentos destacados por Artur Miranda, na estratégia do operador para projectos de cidade inteligentes ou “smart cities”. O responsável da empresa para soluções de negócio e parcerias sublinha, em declarações para o Computerworld, que o fornecedor procura trabalhar com startups locais, usando uma matriz tecnológica pré-definida.
Nota por parte das autarquias uma “crescente abertura às novas tecnologias”, em processos de modernização pensados em função das pessoas.
Computerworld ‒ Que prioridades tem a vossa estratégia de abordagem ao mercado?
Artur Miranda ‒ O processo passa, necessariamente, pela aposta no desenvolvimento de novas soluções e novas ferramentas que permitam tornar o seu desempenho e performance mais eficiente e bem-sucedida. No que diz respeito ao projecto das “smart cities”, a Nos tem assumido um papel relevante no sentido de desenvolver e assegurar as condições para viabilizar soluções mais inovadoras e flexíveis.
Temos consciência dos desafios tecnológicos que as cidades inteligentes nos colocam hoje, pelo que trabalhamos no desenvolvimento de novas respostas, assumindo uma responsabilidade acrescida enquanto “player” tecnológico. Apresentamos uma oferta robusta e única no contexto nacional, ao nível da cobertura de rede e dos sistemas de gestão sem fios, que acreditamos ser um contributo significativo no paradigma das cidades inteligentes.
CW ‒ Quais são os vossos parceiros tecnológicos e que parte da estratégia tecnológica servem?
AM ‒ Trabalhamos com vários parceiros tecnológicos, tendo sempre como foco melhorar os nossos serviços e proporcionar as melhores soluções para os nossos clientes. Temos parceiros em diversas áreas que são seleccionados localmente de acordo com as necessidades de cada região e procuramos trabalhar com startups locais que conhecem a realidade [local].
A solução que a NOS comercializa tem como princípio de operação a possibilidade de integração com qualquer parceiro segundo uma “framework” que está pré-definida.
CW ‒ Que soluções são “herdadas” da oferta de “machine to machine” (M2M) que já tinham?
AM ‒ A decisão na aposta do desenvolvimento de soluções em âmbito de “smart cities” tem como ponto de partida os activos que a Nos detém, sobretudo no “território” de M2M. Aqui destacamos a plataforma de gestão de cartões M2M e a integração de soluções e mercados verticais específicos actualmente já endereçados (ex. gestão de frotas e gestão energética de edifícios).
CW ‒ Quais são as previsões de facturação para as vossas operações de IoT? Qual é o peso que a componente de telecomunicações tende a registar?
AM ‒ As expectativas são de um crescimento muito significativo com as comunicações a terem um papel importante nesta tendência.
CW ‒ Quais são as principais tendências notadas na colaboração com as
autarquias, quanto à adopção de soluções de “smart cities”?
AM ‒ A experiência tem sido muito positiva e a relação que temos estabelecido com diversas autarquias em todo o país tem sido muito benéfica e frutífera. Há, acima de tudo, uma grande abertura e motivação para viabilizar a implementação de novos sistemas e soluções, no sentido de permitir uma aproximação aos cidadãos.
Diria que as tendências passam, em grande parte, pela crescente abertura às novas tecnologias que requer, ao mesmo tempo, uma necessidade de adaptação ao seu funcionamento. Estamos a trabalhar com diferentes autarquias, com características específicas, mas a vontade de modernização e de construção de uma cidade inteligente – mais eficiente, mais próxima e mais sustentável –, pensada em função das suas pessoas é denominador comum a todas elas.
Temos, por isso, trabalhado em soluções flexíveis e ajustáveis a diferentes cenários, permitindo assim a sua implementação gradual e consolidada; agilizar e facilitar a gestão de recursos, bem como a sua capacidade de resposta e intervenção e, por conseguinte, contribuir de forma qualitativa para o desenvolvimento destas “smart cities”.