A empresa não confirma se vai fechar o escritório no país, nem esclarece qual será a situação do Centro de Competências em tecnologia Microsoft.
A Unisys está a implantar “mudanças” para funcionar com um novo modelo indirecto de prestação de serviços para os clientes presentes em Portugal. A empresa não confirma que a restruturação implica o fecho de escritório e da operação directa no país, mas também não nega de forma peremptória .
A nova estrutura de prestação de serviços estará alicerçada, sobretudo, em três parceiros, a Pamafe, a Unipartner e Horizon. A primeira está ligada ao fabricante, como integrador de soluções, pelo menos desde 1999. A segunda dedica-se à consultoria em serviços de TI e a Horizon terá actividade centrada na segurança de sistemas de informação.
Apesar de solicitada a esclarecer qual será a situação do centro de competências em serviços e tecnologia Microsoft, no novo quadro, a Unisys não avançou qualquer informação. Em 2014, o director de serviços da empresa, Fernando Reino da Costa, dizia ao Expresso que o centro tinha superado a fasquia dos 100 trabalhadores especializados, havendo perspectivas de crescimento na ordem dos 20%.
Na altura, a estrutura de recursos humanos incluía mais 150 pessoas, mas face ao novo enquadramento, a organização não avança qual é o número de postos de trabalho em risco. Entretanto, a empresa não esclarece se Luís Deveza, presidente do conselho de administração da Unisys Portugal, e restante equipa de gestão, Luís Braga e Conceição Silva, vão manter os cargos.
O plano de transição em curso inclui “dar formação aos parceiros de negócio para garantir” um processo de mudança mais fácil, revela a Unisys.
A declaração oficial da empresa cinge-se a dizer que os referidos parceiros “vão fornecer serviços” a vários dos clientes multinacionais da organização presentes no país. Deverão também “dar seguimento a alguns dos contratos com clientes locais”.
O plano de transição em curso inclui “dar formação aos parceiros de negócio para garantir” um processo de mudança mais fácil, revela. As alterações surgem num contexto de restruturação mundial das operações da empresa, liderada pelo CEO, Peter Altabef, o qual iniciou funções no princípio de 2015. O plano, revelado em Abril de 2015, previa uma despesa de 300 milhões de dólares até ao final de 2016 e o despedimento de 1,840 trabalhadores, 8% da força de trabalho da multinacional.
O objectivo era reduzir 200 milhões de dólares nos custos. A 28 de Janeiro de 2016, a Unisys revelou resultados por acção, para o quarto trimestre e 2015, que suplantaram estimativas da Thomson Reuters. Mas o volume de negócios total anual caiu de 3,356 para 3,015 mil milhões.
Pamafe mais integrada
Tanto a Unipartner como a Horizon não são ainda referidas na página de parceiros locais da organização em Portugal, ao contrário da Pamafe. Esta é a única com estatuto de Maintenance Service Supplier da Unisys. Em 2002 passou a ser o distribuidor exclusivo do fabricante na região Norte do País.
Um acordo entre as duas partes estabelece a Pamafe como responsável pelo desenho, implantação e certificação de soluções integradas na área de redes para “muitos” dos clientes da multinacional.
Entre estes constam a PT, NOS (Optimus), Vodafone, PSP, Loja do Cidadão (Braga, Porto, Aveiro e Viseu), CP, Tranquilidade, Banif, Santa Casa da Misericórdia do Porto, IGIF, Instituto de Gestão Informática e Financeira, IBM, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, Hospital Pedro Hispano, Varig, McDonald’s, Lusitânia Seguros, Dow Chemical, DyStar, INATEL, HALCON, Europcar, Direcção Geral de Registos e Notários.