Juntamente com o INE, a Epal, a Lusoponte e EMEL, entre outras, assinaram protocolos com a edilidade lisboeta para fornecimento de dados.
A apresentação da plataforma Lisboa Aberta, nome do portal de dados abertos da cidade, incluiu a assinatura de protocolos entre a Câmara Municipal de Lisboa e as diferentes entidades e empresas que participam no programa. ANA, Refer, INE, EMEL, EPAL, Lusoponte, Porto de Lisboa, Fertagus, Mobi.e, Lisboa E-Nova, Turismo de Lisboa, Turismo de Portugal, CP, são algumas de um conjunto de mais de 15, comprometidas em fornecer dados.
Para o vereador Jorge Máximo, responsável pelos sistemas de informação e relação com o munícipe, a ideia de reunir e abrir o portal a diferentes agentes tem por objectivo lutar contra a dispersão de dados, através de uma gestão eficaz que crie uma “pipeline” com informação útil para a cidadania, e para startups e empreendedores capazes de desenvolver o tecido produtivo e económico através da utilização das TIC.
A iniciativa e ideia original da criação do portal partiu da Câmara em parceria com a PT e a Cisco. Outra das entidades citadas foi a Universidade Nova, responsável pelo acompanhamento técnico dos dados fornecidos pelo município, entidades e empresas.
“Sensorização” como alicerce importante
Durante a apresentação, várias foram as referências ao novo paradigma da partilha de dados em aberto como “tendência crescente e incontornável das cidades inteligentes”, ancoradas na transparência e fiabilidade, e como alavanca para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e renovação do tecido empresarial. Outra das ideias mais repetidas foi a de colocar as TIC ao serviço da inovação, sustentabilidade e alocação eficiente de recursos dos municípios.
Nesse âmbito, em resposta ao Computerworld, Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, referiu-se ao projecto de “sensorização” da cidade, incluindo da rede de iluminação pública ao sistema de transportes, como um dos aspectos de maior interesse para a obtenção de dados e desenvolvimento de aplicações inovadoras.
E deu o exemplo de um sensor, apresentado na Websummit de Dublin, que detecta as condições do tempo e determina assim a ligação do sistema de rega, ou a libertação de adubos, para acrescentar que num município como Lisboa é algo que pode representar uma “poupança de milhares de euros, tendo em conta os espaços verdes e as áreas de jardim existentes ”.
Riscos de segurança não preocupam
Sobre a relação entre segurança e transparência o autarca sublinhou que os dados recolhidos e disponibilizados não constituem um factor de vulnerabilidade (por exemplo, em contexto de terrorismo) uma vez que é possível a sua obtenção sem recurso à plataforma. No portal, o “acesso é livre” de maneira a fomentar uma “democracia aberta e participativa”, sendo excluídos “dados confidenciais ou processos de particulares”.
O portal Lisboa aberta é mais um passo na política de inovação que pretende criar condições necessárias para transformar Lisboa num hub apetecível para startups e empresas de orientação tecnológica. Citada várias vezes durante a conferência, a Websummit a acontecer em Novembro, no Parque das Nações, a ligação à conferência é outra das apostas bastante defendidas pela equipa camarária. Esta “deseja” que , nessa altura, o portal funcione em pleno rendimento, mas no entanto tem em conta o pouco tempo a decorrer até aquela data.
E.Fernandes