A comunidade de empreendedorismo está a afirmar-se mais e a WebSummit “será a cereja” no topo desse “bolo”.
Alexandre Barbosa, co-fundador e gestor da Faber Ventures considerou que “Portugal é uma startup” para ilustrar a proliferação de empresa deste tipo no país e o patamar a que chegou a comunidade, no contexto Europeu. Em debate na conferência Startup Go Global, o responsável comparava a actualidade com a situação há alguns anos, quando a actividade era irrelevante, considerou.
Hoje começa a existir massa crítica de projectos, iniciativas de investimento inicial, mas o empreendedorismo funciona cada vez mais em rede, avisou, e a comunidade portuguesa não se pode fechar.
Para isso seria importante haver investimento de fundos e capitais de riscos portugueses em projectos externos, tendo como resultado a credibilização da própria comunidade de empreendedorismo portuguesa e a atracção de mais investimento.
O país precisa também de definir a sua proposta de valor no campo das startups, alerta.
Perante o presidente da Aicep, Miguel Frasquilho e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, Miguel Fontes, da Startup Lisboa, censurou como “ligação pirosa” o vínculo entre a austeridade/crise e a emergência de maior empreendedorismo e startups em Portugal. A vaga, defendeu, resulta de anos de investimento esforço anterior que possibilitou criar um conjunto de recursos qualificados, formados em escolas com qualidade.
Mas a “cereja” também pode vir a ser a elevação ambicionada da comunidade de empreendedorismo portuguesa para patamares superiores, a projecção de startups ao grau de “scale-ups” sustentadas.
Numa metáfora proposta por Paddy Caosgrave, Portugal e a sua comunidade de startups é o “bolo” sobre o qual a Web Summit assenta como uma “cereja”. A parte fundamental dessa massa é a rede de empreendedores, os recursos humanos qualificados (surpreendentemente, para Paddy Cosgrave), as infra-estruturas da cidade, entre outros activos, detalhou.
Mas a “cereja” também pode vir a ser a elevação ambicionada da comunidade de empreendedorismo portuguesa para patamares superiores, a projecção de startups ao grau de “scale-ups” sustentadas. Será, prevêem os promotores, um forte íman de atracção de recursos humanos talentosos, além de investimento, para uma economia moderna.
Pilar de desenvolvimento a par do Turismo
Na sessão de abertura da conferência, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina colocou a rede de startups e empreendedorismo, a par do turismo, como pilar de desenvolvimento da economia da cidade.
E talvez num prazo mais imediato os resultados sejam até mais tradicionais: Paddy Cosgrave referiu que a conferência em Dublin, tinha um impacto total de seis milhões de euros no sector da restauração.
A Web Summit funciona com uma engrenagem afinada, baseada em dados, para conseguir facilitar o contacto com as pessoas potencialmente mais interessantes, para cada participante, investidor ou empreendedor. Trata-se de promover “envolvimento”, de conjugar “pessoas capazes de se entre-ajudarem”.
Contudo, tal como Pedro Rocha Vieira, da Bet-i, Cosgrave alertou que não deixa de ser necessário arrojo e preparação para se conseguir falar com o investidor pretendido.