Um dos maiores benefícios notados pelas equipas sujeitas ao programa de validação de projectos da CMU Portugal é o potencial de contactos proporcionado.
Durante a apresentação de resultados da última edição do inRes, organizada pela Carnegie Mellon University (CMU) Portugal, foi recorrente entre as equipas de empreendedores a referência ao potencial proporcionado de contactos de negócio. Mas os de investigação e desenvolvimento, mentoria e afins, não foram desprezados.
Com efeito, uma das diferenças assinalada por um dos grupos no período de contacto com a realidade do empreendedorismo do Estados Unidos foi a facilidade com a qual conseguiu falar com as administrações de empresas de Pittsburgh. A cidade onde está sedeada a universidade norte-americana alberga uma das comunidades de empreendedorismo em que gestores de projectos portugueses foram “imersos”.
Já sensibilizadas para as necessidades de projectos de empreendedorismo, as empresas locais mostram-se especialmente receptivas a ouvir novas propostas. É o resultado de um trabalho de muitos anos, no entanto esse apoio das empresas locais foi um ponto de viragem para o sucesso dos esforços da universidade, no lançamento de startups,disse Kit Needham, directora do programa de aceleração Olympus, da CMU.
Isso aconteceu há cerca de cinco anos, explica. Para esta especialista da universidade, esse papel do tecido empresarial tem de ser promovido, para criar um ambiente propício ao desenvolvimento de startups e projectos iniciais das empresas.
Nem que seja para lembrar aos responsáveis públicos e privados e às entidades públicas o potencial de emprego para os seus filhos associado às startups, sugere.
Empreendedores e empresários bem sucedidos têm de olhar mais para a comunidade portuguesa de startups e projectos iniciais, como alvos dos seus investimentos, defende Stephan Morais (Caixa Capital).
Também o administrador da Caixa Capital, Stephan Morais, confirmou que em Portugal ainda é difícil conseguir obter a atenção ou disponibilidade dos gestores de topo para as propostas de iniciativas recentes.
Aproveitou para acrescentar outro ponto de vista, ao considerar importante que empreendedores e empresários bem sucedidos olhassem mais para a comunidade portuguesa de startups e projectos iniciais, como alvos dos seus investimentos.
Para ele, os resultados patentes com a emergência de startups são devidos não à crise financeira, mas ao investimento do país e de privados em ciência e investigação. Mas nota uma persistente dificuldade da comunidade em estabelecer ligações com organizações de capital de risco estrangeiras.
O problema tem maior impacto precisamente por não haver mais “’business angels’ nativos”. Isso mudará no prazo de dez anos, estima, ao mesmo tempo que já existirão três ou quatro empreendedores responsáveis por projectos como o da Farfetch.