Aaron Levie explica como a empresa “infiltrou” a sua oferta nas organizações.
A Box construiu a sua base instalada de aplicações para armazenamento em cloud computing à margem dos CIO e departamentos de TI. Mas o CEO da empresa, Aaron Levie, garante que não gosta quando os 1.400 funcionários da organização usam tecnologias que a equipa de TI não validou – vulgarmente denominadas de “TI sombra” (“shadow IT”).
Falando num painel da conferência ”Technology Business Management Conference” acabou por explicar como a empresa introduziu a sua oferta no mercado empresarial.
Muitas vezes avessos ao risco, os CIO nem sempre estiveram interessados em tecnologias emergentes, favorecendo o software de fornecedores históricos em vez das aplicações de startups.
Até cerca de 2009, grande parte dos CIO recusava-se a trabalhar com a Box por não perceber o valor do alojamento de ficheiros em cloud computing, quando há nas empresas o Microsoft SharePoint, produtos da EMC e de outros fornecedores. O responsável diz que tentou convencê-los de que o aumento no número de dispositivos móveis, assim como a melhoria dos browsers no suporte a software em qualquer dispositivo, permitiria que os funcionários colaborassem uns com os outros, a partir de qualquer lugar.
Os CIO não entenderam, ou não quiseram, e por isso a Box contornou inicialmente esses responsáveis, levando o seu produto para os gestores de negócio das linhas departamentais. E quando o software se tornou viral, disseminando-se para outras partes da empresa, Levie e a sua equipa de vendas falavam com os CIO para lhes dizer isso.
A Box deixou de ligar aos departamentos de TI e foi calmamente desenvolvendo a tecnologia da sua oferta.
A atitude irritou os CIO, que muitas vezes bloqueavam a utilização da plataforma da Box. Esta deixou então de ligar aos departamentos de TI e foi calmamente desenvolvendo a tecnologia da sua oferta, reforçando a segurança da mesma para aumentar a receptividade do software pelas empresas.
Actualmente, o fornecedor tem a General Electric, a AstraZeneca, a Proctor & Gamble e outras, entre os seus clientes. Mas Levie confessa, talvez numa operação de charme, estar a provar do seu próprio veneno e perceber porque as empresas bloqueavam a Box, actualmente cotada em bolsa.