Moedas vinca importância da fase actual da SI europeia

O comissário europeu desafia a comunidade de I&D a ajudar os políticos a definirem direcções de desenvolvimento digital, como parte interessada.

Carlos Moedas_Comissão Europeia

Carlos Moedas, comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação

“A era em que os políticos definiam sós o caminho a seguir acabou”, declarou o comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, esta quarta-feira na conferência ICT 2015 . O governante fugia dessa forma ao discurso oficial para apelar à comunidade europeia de investigadores que ajude os políticos a definirem direcções para o desenvolvimento da economia digital e sociedade da informação (SI) da União Europeia.

“O desafio para a Europa é de exercer influência sobre os mercados digitais”, afirmou. Mas como? A resposta tem de “evoluir organicamente a partir” das  necessidades e aspirações do território, segundo Moedas.

“Deve começar com a visão que os cidadãos querem para o seu futuro. Só então poderemos formar a nossa política e estratégia digital de uma forma duradoura e eficaz”, defendeu.

O universo digital, reconhece, está a mudar o processo de inovação com o fluxo a inverter-se, partindo mais do cidadão para as empresas, de baixo para cima.

“Como um continente, ainda estamos na nossa adolescência digital. Ainda temos o luxo de escolher a direcção que queremos tomar”, afirmou Carlos Moedas. Acrescentou ainda que há muita margem de crescimento.

Carlos Moedas pediu inovação baseada em valores europeus.

Actualmente, de um dia para outro, o software open source ou as aplicações móveis “podem colocar a zero um mercado tradicional”. “A era digital está a fazer o acesso ao mercado mais aberto e democrático, enquanto acelera a circulação de mercadorias e serviços de informação a uma taxa exponencial. Não há nenhuma maneira de desacelerar isso”, alerta.

Por isso, na sua visão, resta à União Europeia aproveitar a “nova forma de pensar, trabalhar e inovar”. Assim, os governos não podem ignorar mais “a era digital e suas implicações para a saúde, alimentação, água e energia – quatro áreas vitais para o nosso futuro imediato”

Mas Moedas avisa serem necessárias a simplicidade nas opções e a acessibilidade quanto a custos. Desde que a idade digital traga isso, “só vai ganhar impulso”, considerou.

Outra obrigação é a da inovação baseada em valores europeus. E nesse quadro, sublinhou aquilo que definiu como as suas três prioridades: “inovação e ciência abertas, e abertura para o mundo”.

A Comissão Europeia está a incentivar a remoção de barreiras legais para uma ciência e inovação abertas, especialmente em relação às técnicas de extracção de texto e de dados, para actividades científicas, considera. Além disso, lembrou, está a avaliar as vantagens de desenvolver uma plataforma europeia de cloud computing para ciência: a European Open Science Cloud.

É preciso maior investimento em supercomputadores

O líder da direcção-geral Connect, da Comissão Europeia, Roberto Viola, vincou a necessidade de haver maior investimento em supercomputadores na União Europeia, visando incrementar a capacidade do continente. Actualmente a infra-estrutura europeia melhor classificada está em nono lugar, na lista das mais capazes.

Este responsável acrescentou que se trata de uma plataforma não só de armazenamento, mas também para processamento e análise de dados. Servirá um ambiente de investigação e desenvolvimento para o futuro de toda a actividade humana.

Viola reconheceu que o enfoque do investimento público em investigação na União tem estado focado em ganhos de eficiência, em vez de inovação e descoberta. E sugeriu que a situação tem de ser invertida. A IoT, robótica, análise de dados e comunicações 5G serão os elementos fundamentais do futuro dos cidadãos da União Europeia, sustentou.




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