País não acompanha progressão dos indicadores internacionais dos crimes informáticos, nota Sérgio Silva, coordenador da Unidade de Informática do Conselho Superior da Magistratura.
Em quase todos os países existe uma progressão dos indicadores de crimes informáticos, no entanto em Portugal, e depois de analisar o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), vejo que não existe um crescimento acentuado e, que inclusivamente nos anos anteriores a 2014, existiu uma regressão.
Podemos constatar esse facto no seguinte gráfico:
Para completar esta informação, o número de arguidos devido a crimes informáticos é muito diminuto, sendo a maior parte por burla informática e nas comunicações, informação também descrita neste gráfico:
O relatório refere ainda: “apesar de em 2014 se ter verificado um ligeiro declínio da capacidade técnica dos atuais coletivos hacker nacionais e uma menor capacidade de mobilização, as lacunas de segurança nas infraestruturas informáticas de diferentes serviços e/ou organismos públicos, permitiram operações hacktivistas com alguma gravidade e especial impacto mediático”.
Ora tendo em conta que a legislação portuguesa é extremamente robusta (Lei do Cibercrime – Lei n.º 109/2009), sou levado a concluir que a maior parte dos crimes informáticos não são sequer detectados, seguidamente dos que são detectados só uma percentagem é que é participada às autoridades que posteriormente poderão ter extrema dificuldade em identificar os atacantes devido a prazos processuais. Não nos podemos esquecer de que os operadores só são obrigados a guardar registos de endereços IP durante seis meses, ou seja o mesmo período em que o lesado pode apresentar queixa.
Do meu ponto de vista, o RASI não reflecte nem um pouco a realidade actual portuguesa no que toca a crimes informáticos e duvido que exista alguma entidade que consiga fornecer essas estatísticas com exactidão, logo esta atenuação do problema é perigosa dado que os profissionais de informática não conseguem argumentar os investimentos necessários para que a segurança seja implementada.
Concordo e nem tão pouco contempla tentativas de ataque que devem ser levados em conta no que diz respeito ao risco de segurança em TI e respectivos investimentos,