A operação é realizada com recurso a investimento “mezzanine” da Opty Capital e suporte de um banco. Envolve 11 milhões de euros.
Os fundadores da Nonius, António Silva e Leonel Domingues, adquiriram as participações da Caixa Capital, Beta Capital, PME Investimentos e Impresa, com o suporte financeiro da OXY Capital e de uma entidade bancária.
A operação de “management-buy-out” (MBO) envolve a angariação de 11 milhões de euros em financiamento e substituição daquele quarteto de investidores por fundos privados.
Os responsáveis da empresa, respectivamente CEO e CTO, aumentaram a sua participação, segundo uma nova estrutura accionista não revelada. Trata-se, segundo o CFO da empresa, Marco Catarino, de um ciclo final de financiamento, de dez anos, ao fim dos quais alguns investidores tinham de vender as suas quotas.
Um comunicado da Nonius e da Caixa diz que a saída desses agentes foi bem sucedida e o responsável financeiro explica que a nova fase se baseia no financiamento em modelo de “mezzanine investment”.
O instrumento financeiro é um híbrido de financiamento de dívida e de propriedade, normalmente usado para apoiar a expansão das empresas. Segundo a Investopedia, ao financiador é reservado o direito de passar a ser proprietário da organização se a dívida não for paga. Está subordinada a dívida garantida por bancos, por exemplo.
Marco Catarino confirma que a injecção de capital pretende servir também o crescimento “sustentado” da Nonius. Sublinha que o referido tipo de financiamento é usado para empresas “maduras” nas quais as “rentabilidades são mais previsíveis”, face às startups.
Segundo o CFO, a Nonius tem registado crescimentos anuais de 45%. A empresa fechou 2014 com uma facturação “acima dos cinco milhões de euros” e estima acabar 2015 com receitas de sete milhões.
O responsável prevê crescimentos anuais de pelo menos dois dígitos, se não de 30%, nos próximos anos. Para a nova fase de expansão não está excluída a entrada em bolsa, ressalva, apesar da agenda ter aparentemente outras prioridades.
Os planos da empresa incluem, de acordo com o mesmo, a contratação de mais pessoas, o investimento na capacidade comercial e o desenvolvimento de novos produtos. No fundo, trata-se de criar as condições para a empresa ser “líder global“ na área de “serviços digitais para hóspedes”.
Actualmente, a Nonius emprega um total de 64 pessoas, estando um terço associado ao esforço de investigação e desenvolvimento, diz Catarino. Mas o responsável não revela quanto a empresa investe nesta área.
Fica por saber também a percentagem dos serviços prestados aos clientes na facturação da empresa. O mesmo responsável avança apenas que o volume de negócios é maioritariamente baseado nos produtos actuais do fabricante.
As prioridades da estratégia tecnológica também não são para revelar. “O cronograma de desenvolvimento de tecnologia acompanha as grandes tendências”, diz o CFO. Acrescenta apenas que estão centradas na experiência do utilizador e na valorização e percepção sobre os hotéis.
Num comentário sobre a operação, o “partner” da Oxy Capital, Daniel Viana, considera que a Nonius “tem as características” procuradas pela empresa para aplicar o seu “mezzanine fund”, já que tem “uma equipa de gestão sólida e ambiciosa, fundadora de uma organização classificada actualmente entre as dez maiores no seu sector, e que pretende continuar a crescer mas precisa de investimento de longo prazo para suportar o plano de expansão”.
O fabricante disponibiliza soluções que permitem aos operadores hoteleiros oferecerem aos seus hóspedes serviços digitais de última geração tais como acesso à Internet (HSIA) por Wi-Fi, televisão interactiva e sinalética digital entre outros. Está presente em 26 países e a sua tecnologia está instalada em hotéis de cadeias internacionais como a Accor, Corinthia, Meliá, Wyndham-Tryp, Sheraton, IHG, Uniworld, Viking Cruises, Eurostars, Pestana, Transamérica, Estanplaza, Blue Tree, Belmond, Tivoli, Altis e Sana.
*Com comunicado