Ativar Portugal quer 50 mil startups por ano

Microsoft relança programa Ativar Portugal para apoio a startups nacionais. Mas escassez de recursos humanos pode ser travão.

Ativar Portugal

A Microsoft anunciou esta terça-feira o programa Ativar Portugal Startups, com os ambiciosos objectivos de apoiar 50 mil novas startups tecnológicas por ano, sabendo que só cinco em cada 10 sobrevivem e, destas, que pelo menos cinco se consigam valorizar em mais de mil milhões de dólares, à semelhança do que ocorreu recentemente com a Farfetch.

Os objectivos, anunciados por João Couto, director-geral da Microsoft Portugal, representam a segunda fase do programa Ativar Portugal, apresentado em Maio de 2014, agora focado no empreendedorismo, para “transformar startups de elevado potencial em empresas de sucesso internacional”.

Na primeira fase, ainda segundo este responsável, foi detectada a falta de recursos humanos – algo que não se alterou, pelo que o objectivo de ter 50 mil empresas e 130 mil empregos por ano até 2020 pode falhar nesse lado.

No arranque do programa, pretendia-se precisamente “dar um contributo para o crescimento do emprego e qualificar em tecnologias de informação” (TI), criando 50 mil empregos até 2020. Em paralelo, visava-se colocar “Portugal no centro da Europa em TI” e que este sector contribua como motor de aumento do PIB, passando dos cinco milhões de euros para nove milhões.

No entanto, enquanto a Europa tem 900 mil ofertas de emprego em TI por preencher até 2017, Portugal tem cinco mil este ano – o mesmo número que tinha há um ano, apesar das saídas académicas ou da formação de programas como o Ativar, que “já tem 260 empresas, 800 ofertas de emprego – dos quais 500 fechadas -, recebeu 4.200 currículos e teve 300 certificações Microsoft”, contabilizou João Couto.

As startups apoiadas pelo Ativar Portugal vão ter benefícios gratuitos de ferramentas e serviços cloud da Microsoft, bem como acesso facilitado a financiamento e promoção internacional.

O Ativar Portugal Startups arranca com 14 parceiros oficiais e pretende ainda premiar anualmente startups em duas vertentes. Nesta primeira edição, a Codacy triunfou na categoria de “Startup of the Year” (pela sua “ferramenta automatizada de revisão de código para ‘developers’ cujo objectivo principal é melhorar os processos de desenvolvimento de software”, segundo a própria), enquanto a Startup Pirates ganhou o prémio “Startup Community Contributor”. Esta parceira do projecto já apoiou 80 startups e obteve investimentos de 5,4 milhões de euros, desde que foi fundada em 2011, explicou Inês Silva.

Mercado nacional de startups
Segundo dados do estudo “Empreendedorismo em Portugal: 2007-2014”, realizado pela Informa D&B:
– existem hoje mais de 35 mil startups em Portugal,

– são responsáveis pela criação de cerca de 70 mil postos de trabalho,

– representam, em média, 18% do emprego gerado anualmente,

– apenas duas em cada 10 startups conseguem sobreviver e crescer.




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