Para acelerar o seu crescimento, a empresa decidiu investir na sua rede de fibra óptica, criando uma ligação directa Lisboa/Porto e Madrid e apostar mais na região norte através de um franchisado.
Apesar da evolução pouco favorável da economia, a Colt Technology Services acredita que continuam a existir oportunidades de negócio junto das empresas portuguesas. O fornecedor de serviços quer aproveitá-las para desenvolver e consolidar a sua presença em Portugal através de um crescimento de dois dígitos, nas suas receitas e lucros, e do aumento do número de clientes, avançou ontem em conferência de imprensa, Zhongmin Guo, Strategy & Portfolio Management VP Network Services da Colt.
A empresa está em Portugal desde 2002, ainda não anunciou resultados para 2014, mas em 2013 facturou no mercado português 26,6 milhões de euros. Durante 2012, atingiu os 24,9 milhões.
Na apresentação da nova estratégia para o mercado nacional, o responsável da empresa explicou que os objectivos da mesma para o mercado português resultam de três factores: a existência de uma equipa qualificada, vantagem nos custos e, sobretudo, as oportunidades emergentes da internacionalização das empresas portuguesas. Quanto à estratégia, esta assenta em dois pilares.
Um é o investimento no reforço da ligação ibérica e qualificação da rede de fibra, para crescer na base instalada de clientes, nomeadamente aqueles que são os seus principais clientes: sector financeiro, business services, multinacionais e media. Outro é uma maior aposta nas PME e cobertura do território, nomeadamente, por via no “franchising”.
Em breve a empresa tenciona anunciar o primeiro franchisado no mercado português, que será na região norte – a empresa tem 80 quilómetros de fibra entre Gaia e Maia -, dando sequência a uma estratégia comercial ainda relativamente recente, mas que já contempla mais de duas dezenas de franchisados.
Novo anel é investimento de longo prazo
A aposta na evolução da infraestrutura já existente, através de um novo anel de fibra de baixa latência que passa a ligar directamente Lisboa, Porto e Madrid, procura garantir uma quase total autonomia na prestação de serviços. O fornecedor investiu cinco milhões de euros mas não avança datas para o retorno do investimento, preferindo considerá-lo como investimento de “longo prazo”.
Apesar disso, Zhongmin Guo avança que a empresa prevê reforçar o investimento dentro de algum tempo, mas não indicando quanto nem quando, com o objectivo de levar a infra-estrutura “até à porta de cada novo cliente”.
Segundo a empresa, “o novo anel que liga Porto, Lisboa e Madrid, numa extensão de 1.630 km, oferece uma capacidade de rede até 1.6 Tbps e serviços de 100 Gbps”. A infra-estrutura tem uma latência inferior a quatro milisegundos, entre Lisboa e Madrid, “permitindo alargar a oferta actual, uma vez que viabiliza aplicações críticas de negócio em tempo real (exemplos: soluções na cloud, back-up e replicação de dados ou armazenamento)”. Este investimento não altera, contudo, as características do centro de dados em Lisboa, cuja classificação é de Tier 2.
Para Zhongmin Guo, “o novo traçado faz parte da estratégia contínua de investimento da Colt”. Ao criar a rede de longa distância de última geração, a iniciativa “responde à procura crescente dos clientes por conectividade de alta capacidade aos principais centros de negócios mundiais”.
“O objectivo é sermos a primeira escolha das empresas na Europa”
Em termos globais, a Colt interliga presentemente mais de 22 mil edifícios com fibra, tem 29 centros de dados próprios e/ou geridos multi-operador, 521 propriedade de terceiros em mais de 200 cidades através da rede da Colt na Europa, Ásia e EUA.
A empresa tinha anunciado recentemente o lançamento de uma nova rede de alta velocidade entre Dublin e Londres via Manchester. E já anunciou que em breve serão também lançados novos traçados de rede na Holanda e no Norte da Europa.
“O nosso objectivo é sermos a primeira escolha das empresas na Europa. Com o anúncio de hoje, a Colt capacita as empresas portuguesas com os recursos necessários para responderem aos desafios de negócio de hoje e do futuro, e para abordarem com sucesso a internacionalização dos seus negócios”, afirmou François Eloy, vice-presidente executivo para serviços de rede.
Em termos técnicos, o fornecedor esclarece que “a rede está desenhada para responder às necessidades dos seus clientes, incluindo ‘carriers’, empresas dos sectores financeiros, media e ‘broadcast’, para as quais os
níveis reduzidos de latência e as redes de alta velocidade são essenciais”. A mesma “está pronta para suportar novas soluções incluindo o IPv6 e a Ethernet de 1000 Gbps”, acrescenta.
A infra-estrutura da Colt assenta numa rede europeia com 47 mil quilómetros a ligar 47 redes de área metropolitana de 195 cidades europeias e de 22 centros de dados da empresa.