Mais colaboração é necessária para enfrentar as ameaças online, diz o primeiro-ministro do Reino Unido.
Os EUA e a Grã-Bretanha estão a intensificar a sua colaboração para lutar contra as ameaças digitais. E estão a planear lançar mais ataques entre si para testarem as suas defesas e afugentar possíveis inimigos.
Os EUA e o Reino Unido têm vindo a trabalhar em conjunto para prevenir ciberataques há algum tempo, mas vão aumentar essa colaboração. Ambos os países vão combinar os seus conhecimentos para criar “cibercélulas” em ambos os lados do Atlântico para aumentar a partilha de informações sobre ameaças e trabalhar para a melhor forma de se protegerem e criarem um sistema que permita aos Estados hostis e organizações saberem que não os devem atacar, disse o primeiro-ministro britânico David Cameron, em entrevista publicada pela BBC.
Os ciberataques “são uma das maiores ameaças modernas que enfrentamos”, disse Cameron, que está em Washington para conversações com o presidente norte-americano Barack Obama. Um dos temas no topo da agenda é a segurança digital.
Os países vai aumentar os “jogos de guerra”, lançados entre si para testar as defesas. “Isso já está a acontecer, mas precisa de ser intensificado”, disse Cameron, acrescentando que o serviço de inteligência britânica GCHQ e o seu equivalente nos EUA, a NSA, têm know-how que deve ser mais partilhado.
“Não se trata apenas proteger empresas, é também sobre a protecção de dados pessoais, sobre como proteger as finanças das pessoas. Esses ataques podem ter consequências reais para a prosperidade das pessoas”, disse ele.
No entanto, a fim de melhor proteger as empresas e os cidadãos, são necessários mais poderes de espionagem para vigiar terroristas nas redes sociais, disse Cameron. Ele planeia discutir esta questão com Obama e com empresas norte-americanas, incluindo a Google e o Facebook.
Uma maior repressão aos terroristas online também se encaixa nos planos manifestados pelos ministros da União Europeia que, na sequência dos tiroteios nos escritórios do semanário satírico Charlie Hebdo, na semana passada, disseram que a colaboração com fornecedores do serviço de Internet é essencial para prevenir o terrorismo.
Os críticos, entretanto, disseram que a intensificação da vigilância online é improvável para evitar ataques como o de Paris, realçando que os assassinos eram conhecidos do serviço secreto francês, ainda que esse conhecimento não tenha impedido os ataques.