Michael Porter reforça expectativas sobre a IoT

O impacto tende a ser significativo nas mudanças do ambiente competitivo do que o da chegada da Internet e pode gerar uma nova era de prosperidade, de acordo com o economista da Harvard Business School.

Michael Porter_Harvard Business School (DR)

A Internet das coisas (IoT) pode ser mais significativa na alteração do cenário competitivo, em comparação com a chegada da Internet. O seu potencial de produtividade é tão poderoso que pode desencadear uma nova era de prosperidade.

São duas ideias defendidas por Michael Porter, economista da Harvard Business School e  James Heppelmann, presidente e CEO da PTC, num recente ensaio publicado na Harvard Business Review. A PTC é uma empresa de software de desenho de produto, a qual adquiriu recentemente a empresa de tecnologia de comunicações máquina-a-máquina (M2M), Axeda.

Na visão dos autores do artigo, durante os últimos 50 anos, as TI já ofereceram duas grandes transformações ou “vagas”. A primeira, nos anos 60 e 70, com a automatização de processos, desenho assistido, e o planeamento de recursos de fabrico, baseados nas naquelas tecnologias.

A segunda foi a da Internet e tudo o que ela disponibilizou. A terceira é a Internet das coisas. Com a esta “vaga“, “as TI estão a tornar-se parte integrante dos produtos”, escreve Porter e Heppelmann.

Isso está a acontecer através da incoporação de sensores, processadores e software em todos os produtos imagináveis e acoplando-os com capacidade analítica. Essa combinação vai mudar a forma como as empresas funcionam, conforme fornecem seus produtos e interagem com os clientes.

Actualmente a IoT estará, num ponto semelhante ao da Internet em 1995, quando a Amazon e eBay começaram a funcionar online: as pessoas compreenderam a tendência, mas o quadro geral ainda era difuso.

“Outro salto na produtividade da economia será desencadeado por esses novos e melhores produtos”, dizem Porter e Heppelmann. “A terceira onda de transformação impulsionada por TI , portanto, tem o potencial para ser a maior de sempre, levando ainda a mais inovação, ganhos de produtividade e crescimento económico do que as duas anteriores”.

É uma afirmação impressionante e sem dúvida haverá opiniões contrárias à visão de Porter e Heppelmann. Mas no que os analistas são claros é sobre o estado inicial do desenvolvimento da Internet das coisas.

Actualmente estará, num ponto semelhante ao de 1995, quando a Amazon e eBay começaram a funcionar online, seguidas pela Netflix em 1997 e a Google em 1998. Na altura, as pessoas compreenderam a tendência, mas o quadro geral ainda estava ainda fora de foco.

Alfonso Velosa, diretor de pesquisa sobre Internet das coisas da Gartner, acredita que é previsível uma mudança fundamental, mas num horizonte mais distante, dentro de 10 ou 20 anos para fora. O interesse na IoT está a acontecer agora, porque todos os ingredientes necessários , semicondutores, sensores, software e comunicações, “nos alinharam nessa direcção”, explica.

Velosa considera que as mudanças industriais relacionadas com a Internet das coisas estão apenas a começar. As ofertas de seguro baseadas na utilização dos equipamentos segurados, por exemplo, com base na quilometragem e comportamentos de condução, no caso dos automóveis, era uma coisa nova há apenas cinco anos. Hoje é uma opção real [em vários países).

Nenhum produto terá algum significado como entidade independente, considera Fiona McNeill (SAS)

Isso “destaca como uma indústria pode mudar em cinco anos”, assinala Velosa, “mas também aponta para o facto de se estar apenas a tocar na superfície”. Como a Internet das coisas tem como premissa a idéia de que os produtos podem tornar-se “inteligentes” e poderão comunicar entre si, cada produto pode fazer parte de um serviço, diz Fiona McNeill, gestora de marketing de produto global na SAS.

Nenhum produto terá algum significado como entidade independente, considera. O potencial da Internet das coisas pode ser difícil de perceber porque é preciso imaginação para considerar como os produtos podem mudar, depois de equipados (com sensores).

O que está a ser feito com os dados? Que serviços criam? Quais os novos produtos possíveis a partir deles? As empresas concorrem baseadas no preço ou em serviços (ou ambos)? São algumas das questões pertinentes.




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