Donald Farmer, vice-presidente de Inovação e Design na Qlik, revela cinco propostas que podem ajudar a melhorar a visualização de dados – e a ter um maior impacto no negócio.
Diz-se frequentemente que uma imagem vale por mil palavras e nenhum ditado é mais verdadeiro no mundo do business intelligence e da visualização de dados. Usada corretamente, a visualização de linhas de informação através de gráficos e de tabelas pode ser um método eficiente de extração de dados relevantes e, desta forma, críticos para o sucesso do negócio.
Este facto é cada vez mais importante, na medida em que as empresas tentam encontrar informação real e essencial nos seus dados e procuram perspetivas de formas superiores para melhorarem as operações nos seus negócios.
As boas notícias? As tecnologias de visualização melhoraram para corresponder a outras tendências de dados. Os gráficos são usados por empresas há décadas, mas “atirar” dados para um gráfico não é suficiente para conseguir obter verdadeiras perspetivas do negócio. Em vez disso, as organizações estão a recorrer a gráficos mais detalhados e interativos, o que significa que os utilizadores podem identificar valores discrepantes, padrões, tendências e até correlações em dados complexos de uma forma que até hoje não era possível.
No entanto, consideramos que, para uma organização poder realmente colher os frutos desta forma de visualização de dados, há cinco coisas em que se devem focar se quiserem assegurar-se de que estas plataformas estão a ter o máximo impacto nos seus negócios.
Seja seletivo face ao que quer atingir
Muitas vezes, o primeiro erro das equipas de visualização de dados é que estas definem uma rede com malha muito fina. Querem que os seus gráficos mostrem muita informação e, como resultado, a visualização torna-se confusa.
Uma boa visualização representa um baixo número de medições – preferencialmente não mais que sete a nove, e é isso que os utilizadores conseguem assimilar.
Da mesma forma, seja específico no número de “key performance indicators” (KPIs) que quer que sejam representadas no “dashboard”. Mais uma vez, o valor deverá ser nove ou menos. Ao fim de contas, demasiados indicadores distraem o utilizador. Mantenha a visualização simples. Quanto menos houver para interpretar, mais fácil se torna para compreender. Se vir que existe complexidade visual, experimente um formato diferente. O formato mais “limpo” é geralmente o melhor.
Outro princípio é certificar-se de que o formato da informação é apropriado para o cenário de utilização e para o utilizador. Os formatos de gráficos, por exemplo, são disponibilizados em vários tipos e são a escolha de utilizadores profissionais. Edward Tufte, um reconhecido académico, fala muito de “lixo nos gráficos”, referindo-se à complexidade que as pessoas colocam algumas vezes na visualização e que pode esconder a informação que realmente interessa.
Assim, quando cria gráficos, use o mínimo possível de cores ou de pixéis para maximizar os dados.
Escolha um tipo de gráfico apropriado aos dados
Tenha cuidado com o tipo de gráfico que deve usar e com a escolha pelos formatos que melhor mostram a informação e melhor se adequam à audiência a que se destinam. Estamos todos familiarizados com gráficos de linhas, de área e em anel, mas nem sempre são apropriados a determinadas visualizações.
Os gráficos em anel, por exemplo, são um formato comum de exibição de informação mas são controversos no mundo da visualização. É extremamente difícil comparar um gráfico de anel a outro e, no entanto, são vulgarmente usados. Use-os, mas de forma apropriada, e apenas para mostrar uma pequena quantidade de dados.
Familiarize-se com o amplo conjunto de ferramentas visuais que está à sua disposição e depois faça a sua escolha ponderada, baseando-se no objetivo final.
Use cores e perceção
A utilização de cor e de perceção é muito importante na visualização e muitas organizações não usam estes argumentos convenientemente.
A apropriada utilização de cor pode melhorar e clarificar um gráfico para que os utilizadores possam compreender a informação geral presente nos dados. Usada de forma inadequada, a cor irá confundir o utilizador e “esconder” essa informação. Por exemplo, pode usar a cor para realçar os pontos positivos ou negativos ou para revelar alterações de dados num período de tempo ou com outras variáveis.
No entanto, lembre-se, quando estiver a usar cores, que a análise deverá ser sempre a prioridade. Muitas empresas caem na tentação de usarem as suas cores institucionais nas visualizações, mas nem sempre é a melhor opção.
As empresas devem ter em consideração que mensagens e perspetivas estão a tentar transmitir com a aplicação de cores e, a partir daí, fazerem a escolha apropriada, e não irem atrás do que o departamento de “branding” diz.
Por fim, considere o daltonismo. Não afaste os daltónicos do grupo de utilizadores. Não deve fiar-se apenas na cor para transmitir informações. Use formas e cores apropriadas, que toda a gente consiga distinguir.
Escolha cuidadosamente os conjuntos de dados
As boas visualizações começam com bons dados e são tão úteis quanto a qualidade de dados que representam.
Por vezes, quando as equipas recebem resultados não esperados das suas visualizações, não conseguem perceber porquê… Nesse caso, as suas ferramentas de BI podem acabar por arcar com as culpas. No entanto, não deverá acontecer neste caso.
As ferramentas de visualização devem ser usadas para ajudar a verificar estes problemas cedo, para que eles possam ser corrigidos a tempo de não afetarem o projeto. Esta abordagem pode ser reforçada, do ponto de vista do utilizador final, com a possibilidade de identificação da diferença entre uma descoberta inesperada e um problema com os dados.
Experimente
Por fim, experimente. Deixe que os seus utilizadores interajam com as representações visuais quando disso houver necessidade, como por exemplo num departamento com requisitos geográficos.
No geral, a visualização de dados tem a capacidade de alterar por completo a forma como a sua empresa usa a informação – e dela beneficia. Mas apenas e só quando utilizada da forma mais eficiente. Napoleão estava certo: uma imagem vale mil palavras – mas apenas se a imagem for mostrada para que todos percebamos a situação e possamos agir de acordo com essa avaliação correta.