IoT na palma das nossas mãos

A Internet das Coisas (IoT) está mais perto do que poderíamos imaginar, explica Pedro Reino, CTO da Smartgeo Solutions.

Pedro Reino - Smartgeo SolutionsA evolução tecnológica a que a humanidade tem assistido nos últimos anos é um acontecimento verdadeiramente extraordinário. Podemos dizer de uma forma segura, que os avanços no campo tecnológico tiveram, e continuam a ter, implicações diretas e indiretas em áreas que vão desde a saúde à agricultura, passando pela indústria, tendo como objetivo a melhoria dos produtos e serviços que chegam ao consumidor final. Muito desse progresso está intimamente ligado às imensuráveis possibilidades que a Internet nos oferece, sendo que muito ainda há por fazer.

Na lógica da massificação das ferramentas de comunicação e da própria propagação de informação (a um nível praticamente instantâneo), surge algo que, de uma forma gradual, está a passar de apenas mais um conceito para uma realidade bastante próxima. Essa realidade chama-se Internet das Coisas e está mais perto do que poderíamos imaginar.

Numa linguagem simples, trata-se de colocar Internet em tudo e colocar tudo na Internet. Desde uma simples caneta até a um contentor transportado num navio, tudo pode ser alojado e monitorizado através da Internet. Para isso, basta colocarmos sensores nos objetos que queremos seguir o rasto e, há distância de um clique, sabemos onde eles se encontram. Como peça fundamental deste xadrez tecnológico temos os Sistema de Informação Geográfica (SIG), que desempenham um papel central na sincronização da presença física dos objetos com a sua localização num mapa digital.

No entanto, esta tecnologia vai muito para além do simples facto de podermos saber onde está, por exemplo, a carta que enviamos por correio. Ela pode permitir-nos saber o tempo de duração que a lâmpada de um candeeiro de rua tem, quais os alimentos que estão em falta no nosso frigorífico, ou até mesmo a quantidade de água armazenada no solo de um jardim – de modo a que o sistema de rega páre no momento certo – contribuindo para uma poupança de recursos.

Tudo isto passaria a ser o “sistema dos sistemas” que, através do armazenamento e comunicação de dados, funcionaria como um todo, tendo os SIG como principal guia neste labirinto de informação.

O que esta tecnologia permite, muito embora tivesse escala para figurar num filme de ficção científica, está já ao virar da esquina. Naturalmente que existem alguns condicionantes que ainda não permitem a sua massificação. No entanto, eles poderão ser ultrapassados com investimento financeiro, investigação científica e alguma vontade por parte das empresas e dos governos. Três dos principais desafios que necessitam de ser ultrapassados são: o tamanho dos sensores, o seu custo e a capacidade do software envolvido.

Em primeiro lugar, é necessário diminuir o tamanho dos sensores para que a sua utilização possa ser feita em objetos de pequena dimensão.

Em segundo lugar é fundamental baixar os custos da tecnologia em si – algo que é possível através da massificação da produção.

Por último, é necessário desenvolver software com capacidade para alojar todos estes dados e pequenos processos de comunicação. Naturalmente que a evolução desta tecnologia precisa de ser acompanhada por um desenvolvimento constante nos SIGs.

Em suma, ainda precisamos de dar alguns passos que à primeira vista podem parecer complexos mas que, na realidade, não são, devido à gigantesca quantidade de recursos tecnológicos, científicos, financeiros e intelectuais que existem para adicionar a escala necessária à Internet das Coisas.

Em tudo, absolutamente tudo, existe o lado bom e o lado mau. Se é verdade que o lado mau da Internet das Coisas pode ser exemplificado com potenciais invasões de privacidade e congestionamento da Internet, não é menos verdade que o lado bom nos aguarda substanciais poupanças de recursos que resultarão do corte nos desperdícios de água, luz e outros bens.

A eficiência resultante do cruzamento de dados permitirá ao consumidor final saltar processos que serão feitos através da comunicação integrada entre equipamentos, máquinas, aparelhos e, naturalmente, as coisas.

No futuro, aguarda-nos uma verdadeira revolução no campo da interação entre os objetos e o ser humano, tendo como principal canal de comunicação a Internet. Se quiser dar largas à imaginação e pensar no que esta tecnologia pode ser aplicada, esteja à vontade. O mais provável é que daqui por uns anos a sua ideia esteja mesmo na palma das suas mãos.




Deixe um comentário

O seu email não será publicado