O sector será monitorizado de perto, apesar de se concluir que não houve violação das regras da concorrência. A Cogente está insatisfeita.
A investigação da Comissão Europeia sobre se vários operadores de telecomunicações estavam a reduzir propositadamente o tráfego de Internet, para ganharem uma vantagem injusta sobre rivais, iliba as empresas. Uma das queixosas, a Cogent, não está satisfeita com o resultado.
As averiguações da Comissão sobre a Deutsche Telekom, a Telefónica e a Orange deram maior visibilidade às preocupações sobre a neutralidade e a abertura das redes na Europa. Os prestadores de serviços de telecomunicações eram suspeitos de reduzirem a largura de banda para o tráfego de banda larga, quando este entrava nas suas redes, acabando por deteriorar a qualidade de serviço para os utilizadores finais.
Mas a Comissão não obteve provas de que tenham excluído concorrentes dos mercados de tráfego de Internet ou de conteúdos. Por isso considera não ter havido violação das regras de concorrência da União Europeia.
Ainda em Julho passado foram realizadas visitas surpresa às operadoras de telecomunicações. As investigações iniciaram-se depois de uma queixa apresentada pela Cogent Communications,juntamente com outros operadores de redes estruturais da Internet.
“Estamos decepcionados”, disse o CEO da empresa, Dave Schaeffer. A Cogent e outros ainda estão a experimentar situações de acesso limitado às redes dos três operadores.
A Cogent diz que as empresas de telecomunicações europeias recusam-se a aumentar o número de portas nos pontos de troca de tráfego
“Houve provavelmente uma pressão política por parte dos três grandes operadores. Tenho a certeza de que pesou sobre a decisão”, disse ele.
“Os factos mostram claramente que abusaram dos seus poderes no mercado e prejudicaram os clientes”, insiste Schaeffer. Os fornecedores de conteúdo como a YouTube e a Netflix normalmente compram conectividade de empresas como a Cogent para chegar à Internet global.
Esses gestores de redes estruturais têm ligações com os operadores de telecomunicações e trocam tráfego uns com os outros, em acordos de parceria. No entanto, a Cogent diz que as empresas de telecomunicações europeias recusam-se a aumentar o número de portas nos pontos de troca de tráfego, permitindo que fiquem congestionados.
Isso resulta em perda de pacotes, más ligações e aumento do tempo de “buffering”. E em vez de actualizarem as conexões, estão a tentar estabelecer negócios directos com clientes como a Netflix.