O grupo Thread pretende adoptar uma especificação, de comunicações a carta distância, para interligar dispositivos domésticos.
A Nest, da Google, e fabricantes como a Samsung Electronics e a ARM estão a lançar hoje a mais recente iniciativa para garantir que sensores, câmaras, aparelhos domésticos e outros dispositivos nos lares, comuniquem facilmente entre si.
Há já máquinas interligadas à volta dos lares, enquanto outras funcionam assim em fábricas e redes de energia. Mas o que existe hoje, é mais uma colecção de redes diferentes do que a Internet das coisas ou Internet of Things (IoT) que é suposto para transformar as nossas vidas.
A razão de existir de tal rede é a possibilidade de recolher dados em determinados pontos que pode controlar. Quanto maior é número de elementos em jogo, mais útil será.
Esse é o objectivo da nova especificação, chamada Thread, que surgirá em produtos certificados a partir do próximo ano. Contudo entra num contexto onde já existem várias tecnologias em utilização, como a ZigBee, Z-Wave e Bluetooth Smart.
São tecnologias que possibilitam aos dispositivos comunicarem a distâncias curtas, gastando pouca energia, mas assentam em diferentes protocolos de rede.
A Tread é proposta como mais uma iniciativa para resolver esse problema, embora o grupo de suporte não se assuma como organismo de normalização. A especificação é baseada em normas tecnológicas existentes e adiciona software para funções como segurança, encaminhamento, configuração e activação de dispositivos para poupar as preciosas baterias ligadas aos sensores, de acordo com Chris Boross, presidente do consórcio .
Nas fundações da Thread está o 6LoWPAN, um protocolo para a eficiência de consumo energético. Mas há duas normas subjacentes àquele ainda mais importantes: a IPv6 (Internet Protocol versão 6), a especificação de rede com espaço de endereçamento quase ilimitado, e a IEEE 802.15.4, usada em chips já produzidos em massa para a ZigBee e outras tecnologias.
A compatibiliade com o IPv6 dá garantias de futuro na integração com as redes IP, e a relação com o 802.15.4 evitará que os fabricantes tenham de projectar uma uma nova geração de chips, explica Boross. Os produtos da Nest já usam uma forma primitiva de Thread.
Até possível que alguns dispositivos com ZigBee se possam transformar numa forma pioneira da Thread apenas com uma actualização de software, diz.
“O Thread não está a tornar isso mais fácil, ao acrescentar uma alternativa para as soluções existentes”, diz Ratliff. A concorrência será feroz pois há muito dinheiro envolvido.
A maior ameaça para a Internet das coisas, hoje, é a própria complexidade que todos os dispositivos actuais e emergentes apresentam para os consumidores, considera Lee Ratliff, analista da IHS Tecnologia.
“O Thread não está a tornar isso mais fácil, ao acrescentar uma alternativa para as soluções existentes”, diz Ratliff Mas a concorrência não é nova e não deverá acabar em breve, prevê. “Há muito dinheiro para ganhar nesse espaço, e ninguém está disposto a desistir facilmente.”
A Bluetooth Smart, uma versão com baixa potência da norma mais familiar, tem algum avanço sobre as outras normas, considera o analista, por estar já presente em muitos smartphones.
A principal coisa que falta Bluetooth Smart é a capacidade de formar redes em “malha”, reconhece. As redes em “malha” são mais resistentes, pois as ligações podem ser redirecionadas se um ponto ou dispositivo falhar. O Thread já está capacitado para este tipo de infra-estrutura, ams há esforços para preparar a Bluetoth Smart para isso.
Mas Boross, duvida que seja possível esta tecnologia seja melhorada.