Ellison confirma opção “in-memory” para Julho

O CEO da Oracle revelou vários pormenores sobre a oferta anunciada no OpenWorld. Vários analistas gostaram, enquanto a SAP agradece a “imitação”.

Larry Ellison_CEO da Oracle_IDG (DR)A Oracle adicionou mais elementos ao ambiente do mercado florescente das bases de dados “in-memory”, revelando mais pormenores sobre a Oracle Database In-Memory, anunciada em Setembro passado, durante o OpenWorld. O CEO do fabricante, Larry Ellison, confirmou a disponibilidade da nova opção para Julho.

É mais cedo do que alguns observadores da indústria esperavam: a agenda agressiva da Oracle corresponde à pressão concorrencial exercida por fabricantes como a Microsoft, IBM e SAP.  A SAP, por exemplo, já preparou a sua Business Suite para funcionar na Hana, a sua plataforma in-memory foi lançado há alguns anos, com o objectivo expresso de seduzir os utilizadores de bases de dados Oracle.

A nova opção oferecida pela Oracle deverá oferecer aumentos de desempenho relevantes sem a necessidade de se fazer alterações nas aplicações. Tem uma vantagem sobre as mais recentes plataformas de “in-memory” como a Hana, defende Tim Shetler, vice-presidente de gestão de produto.

A SAP está a “tentar afincadamente concluir as outras partes de um sistema de gestão de base de dados”, considera. “É apenas uma questão de maturidade”.

A proposta opção da Oracle pode tirar proveito dos recursos já bem implantados da empresa para obter capacidade de expansão das base de dados, alta disponibilidade e segurança, explica Shetler. Desde o anúncio o seu evento anual (OpenWorld) o fabricante adicionou recursos para a opção “in-memory”: a principal será o suporte à sua tecnologia Real Application Clusters (RAC), que oferece capacidade de expansão e tolerância a falhas.

A opção “in-memory” estará disponível apenas com a edição “Enterprise” da base de dados, ressalva Shetler. A Oracle parece ter desenvolvido uma abordagem ecléctica para sua oferta. A adição cria um repositório colunar “in-memory”, o que acelera drasticamente as consultas analíticas, preservando o repositório em linhas da base de dados relacional para volumes de dados OLTP (Online Transaction Processing).

O repositório colunar acaba com a sobrecarga necessária para manter índices analíticos baseados em linhas, melhorando o desempenho OLTP, defende a Oracle. “As duas preocupações mais vulgares sobre a Oracle são os custos ‒ de gestão e do equipamento ‒ e o incremento das dificuldades”, considera o analista Curt Monash, da Monash Research.

“Ambas se aplicam à nova opção em extremo grau. Mas de outra forma, parece óptima, por todas as razões habituais de desempenho de memória RAM”. “Há outras bases de dados em memória, mas ou não suportam aumentos de escala muito bem, ou pelo menos não em tudo”, afirmou Ellison.

A abordagem da Oracle também significa que os clientes não têm, diz o fabricante, de colocar toda a base de dados em memória, poupando-lhes dinheiro em RAM. “Se tivermos uma base de dados com 200TB, quanto vai custar [ colocá-la em memória RAM]?”, questionou o CEO.

“Obrigado pela imitação, mas é uma abordagem dual e complexa, enquanto a Hana oferece uma cópia única de dados ‒ simples, elegante, rápida”, declarou Amit Sinha, vice-presidente sénior de marketing de plataformas da SAP. “A Hana é nativamente paralela e funciona em equipamento Intel que são ‘comodities’, sem estar dependente de grandes caixas SMP proprietárias para atingir o seu desempenho”, acrescentou.

Contudo, a Oracle traz uma série de factores de diferenciação relevantes para um mercado cada vez mais lotado, focados em áreas como a alta disponibilidade e tolerância a falhas, assinala Holger Mueller, vice-presidente e analista da Constellation Research. O modo não invasivo da nova opção será bem recebida pelos clientes das bases de dados Oracle, acrescentou Mueller.




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