A empresa tem agora o foco no “mobile first, cloud first”. Em ambos os casos, saiu da zona de conforto como incumbente para passar a ser “challenger”.
A Microsoft Portugal lançou esta quinta-feira os novos smartphones Lumia com o novo sistema operativo Windows Phone 8.1, os primeiros após a conclusão do acordo de integração entre as empresas, a 1 de Maio passado.
Esta integração está concluída em Portugal, com a passagem dos funcionários da Nokia para as instalações da Microsoft. Não houve despedimentos, asseguraram os responsáveis em conferência de imprensa.
Quanto à evolução da marca Nokia, João Couto, director-geral da subsidiária nacional, recorda que há um acordo temporal de uso do nome Nokia mas desconhece-se o que ocorrerá depois. “Mas não será Microsoft Nokia Lumia”, garante.
“A estratégia está alinhada, com a integração das equipas e a garantia da continuidade do negócio!, visando “evitar o mínimo ruído e a menor disrupçãonos negócios das duas empresas, referiu este responsável. Mas “é um processo que ainda vai demorar tempo”, nomeadamente noutros países onde as equipas eram maiores.
40% das PMEs vão passar para a cloud no espaço de três anos.
Em termos de desenvolvimento de software, a Microsoft revelou que, seguindo a linha do novo CEO, o foco será agora “mobile first, cloud first”.
Neste caso, a empresa acredita que 40% das PMEs vão passar para a cloud no espaço de três anos, com um valor também semelhante para Portugal. No OneDrive, a empresa conta com 250 milhões de contas activas.
João Couto assume que “não somos incumbentes mas ‘challengers'”, e que “não faz sentido proteger os nossos serviços quando só temos 12% de quota de mercado”.
Nesse sentido, o Office para iPad conseguiu 27 milhões de downloads em dois meses, e foram citados os acordos de certificação para o Azure com fabricantes e concorrentes directos como a SAP, Oracle ou Salesforce. “Queremos ser uma plataforma aberta”, para evitar algo de que o mercado não gosta, “o ‘lock-in’ num único fabricante”, referiu João Couto.
O terceiro ecossistema móvel
No lado móvel, a estratégia também é de abertura no Windows Phone (WP), que está a ser disponibilizado gratuitamente “há cerca de um mês”.
Luís Peixe, responsável dos dispositivos móveis, salientou que este sistema operativo já “é o terceiro ecossistema no mercado dos smartphones”, com 500 novas apps a serem disponibilizadas todos os dias.
Em termos de estratégias para ganhar quota de mercado – que a empresa não revela para Portugal mas diz querer ser acima dos 10% este ano -, estas passam pelo design, pela inovação, por uma oferta para todos os segmentos do preço, pelo foco nas apps e nos programadores e por garantir uma experiência similar em todos os ecrãs.
Nos smartphones, “vamos solidificar como terceira plataforma”, garantiu João Couto. “A massa crítica está a funcionar a nosso favor”, disse, estando próximos do “tipping point” em que as apps serão disponibilizadas “não para duas [iOS e Android] mas para três sistemas operativos”. O responsável assume que 80% das principais apps móveis já existem no WP.
Em certos casos, nomeadamente para start-ups, a empresa assume que pode financiar o desenvolvimento de apps, “quando nos interessar para o ecossistema”, referiu.
Questionado sobre o anúncio da próxima maior integração entre iOS e desktops da Apple, João Couto considera que “reforça a convicção de que a nossa estratégia está correcta”.