Iten quer reforçar serviços nearshore com ecossistema

A empresa nascida da conjugação de operações da Prológica e da CPC IS prevê criar, 80 a 100 postos de trabalho em centros de competência, com abertura prevista ainda para 2014.

João Pinto e Sousa_chairman da ItenA Iten Solutions revelou ter facturado perto de 40 milhões de euros nos seus cinco primeiros meses de actividade, entre o início de Agosto e o final de 2013, com resultados líquidos de 300 mil euros. Em 2014, pretende apostar “fortemente” na internacionalização, segundo o chairman da empresa, João Pinto e Sousa.

A sua estratégia engloba o reforço na sua actividade de prestação de serviços para o estrangeiro, e esse âmbito tenciona dinamizar um ecossistema de parceiros dedicados ao outsourcing do tipo nearshore. Neste quadro tenciona trazer e abrir centros de competência em Portugal, ainda em 2014.

O ecossistema seria constituído por empresas sem capacidade suficiente para desenvolver facilmente um processo independente de internacionalização. Trata-se de oferecer também uma oferta mais “holística” ou abrangente, e o projecto deve envolver multinacionais.

Deverá resultar na criação de 80 a 100 novos postos de trabalho, com actividade sobretudo focada em Business Process Outsourcing (BPO), envolvendo por exemplo, a custódia de documentos e serviços jurídicos. Ao destacar as vantagens de Portugal para o negócio de outsourcing de nearshore o executivo sugeriu uma eventual participação de institutos de ensino politécnico de várias zonas do país.

Em estudo estão já duas localizações, a pouco mais de 100 quilómetros e Lisboa, avançou o responsável. Para Pinto e Sousa os planos passam também por capitalizar a experiência adquirida com o consórcio YOUTSU, focado na comercialização de tecnologia para o sector da educação).

Para já, a Iten mantém-se focada no desenvolvimento do seu negócio de managed services como motor de internacionalização do seu negócio.

Segundo o CEO da empresa, Jorge Queiroz Machado, do volume de negócio realizado ainda durante 2013, 13% já teve origem no estrangeiro. Para 2014, a empresa definiu como objectivo facturar 70 a 80 milhões de euros, fazendo crescer 30% o seu negócio internacional, para 20% do volume de negócios total.

Durante o primeiro trimestre, a Iten esteve um pouco acima das suas previsões segundo Pinto e Sousa, tendo facturado perto de 34 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano.

A área de managed services da empresa envolve serviços consultoria em estratégias de compra de TI, além daqueles de apoio à gestão e implantação de plataformas: quer fazer valer a certificação ISO 20000 da empresa. Jorge Queiroz Machado_CEO da Iten (DR)Inclui também serviços de empacotamento de software, de auditoria, de teste de imagens de sistema para dispositivos móveis, para suporte a políticas de BYOD.

Segundo os responsáveis, a Iten terá “projectos consolidados” na Suíça, EUA, Luxemburgo, Reino Unido, Holanda, e Suécia. E terá sólidas hipóteses de negócio na Noruega e Finlândia.

Todas as parcerias da CPC IS e da Prológica foram transpostas para a nova empresa, mas duas acabam por ter maior protagonismo na actividade: as alianças com a Microsoft e com a HP.

O negócio de licenciamento de tecnologia do primeiro fabricante constitui uma parte importante da facturação da empresa. Cerca de 50% do mesmo é realizado no sector da administração pública, e segundo o CEO, o objectivo da ITEN será fazer crescer a fatia relativa ao sector privado.

Juntamente com a HP, mais ligada à infra-estrutura de hardware, a Microsoft é um elemento crucial para a actividade da empresa centrada em cloud computing. A oferta da empresa baseia-se na arquitectura de cloud híbrida, e a utilização das plataformas do segundo fabricante é uma das opções disponibilizadas.

A ITEN está aberta ainda a soluções nas quais os clientes usem plataformas de um operador de telecomunicações, tem o seu próprio centro de dados, com margem para ser ampliado, se necessário, garante Queiroz Machado. O CEO ressalva logo que a empresa não pretende ser fornecedor de cloud computing. Simplesmente, a infra-estrutura poderá ser útil para disponibilizar uma solução ao cliente, como por exemplo em serviços de Disaster Recovery.

A parceria com a Microsoft envolve ainda a operação em torno das plataformas de ERP e CRM Microsoft Dynamics Nav: o parceiro português é responsável pela localização de uma das versões da primeira aplicação de negócio para o mercado nacional. De acordo com Pinto e Sousa, a colaboração tem por objectivo principal agilizar os processos actualização do ERP, face às alterações ditadas pela Autoridade Tributária.

Na sua visão, o sistema devia servir de base para uma maior ligação com as universidades portuguesas. Segundo o responsável, é viável o funcionamento de um centro de competências, em Portugal, de suporte a utilizadores da suite de aplicações de negócio. “O mercado europeu precisa”, afirma o responsável.

Num comentário à parceria estabelecida recentemente entre Microsoft e a Salesforce referente, ao Dynamics CRM, Queiroz Machado diz que o seu “alcance ainda está por definir”.

Espera obter novidades oficiais da parte do fabricante em breve, mas considera que “o caminho a seguir” deve ser o de uma maior abertura.

O responsável sugere que a Iten estará pronta a corresponder às intenções do fabricante com a versalitidade exigida no sector. O leque de parcerias da organização engloba ainda fornecedores como a Symantec, Toshiba, Dell, Autodesk, Samsung, Cisco, VMWare, IBM, EMC, e Oracle.

Outro negócio de especial relevância para a empresa será o das reparações e gestão do ciclo de vida de equipamentos, incluindo os parques de PC.

Contratações na calha

Depois da operação de fusão das empresas originais, a organização resultante apresenta uma equipa de 300 colaboradores. Transitaram cerca de 80% dos recursos humanos de cada estrutura, diz o CEO. Nas previsões do responsável a Iten deverá aumentar 75% a sua força de trabalho nos próximos meses.


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