Caixa Plim pode servir para convencer retalhistas

O novo serviço da Caixa Geral de Depósitos, com a rede social, poderá tornar-se um factor relevante para levar o sector do retalho a suportar carteiras digitais móveis.

Ana Paul Melo_directora de canais electronicos da CGDA criação de uma rede social com um serviço de troca de dinheiro – como o Caixa Plim, ontem revelado – pode servir para convencer retalhistas a suportarem pagamentos com carteiras digitais móveis.

A directora de canais electrónicos da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Ana Paula Melo, não assume que esse tenha sido um dos objectivos da criação do serviço, embora admita a utilidade da potencial comunidade na promoção dessa facilidade: “estamos a analisar esses cenários [de carteiras móveis] mas, para já, a ideia [do Plim] é levar os clientes a serem nossos embaixadores”, disse em declarações ao Computerworld.

Não obstante, ao agregar certo número de utilizadores em torno do serviço, a CGD pode criar massa crítica para fundamentar melhor uma proposta de utilização das suas plataformas a empresas de retalho. O Caixa Plim é o primeiro produto digital da CGD com autonomia face à lógica dos sistemas centrais e mesmo da presença online. Tornar isso possível foi um desafio, segundo a responsável.

Ana Paula Melo revelou ainda que o índice de automatização global do banco atingiu recentemente os 84,1%: quer dizer que esta percentagem de clientes usa os serviços electrónicos do banco. Isto quando o objectivo estabelecido anteriormente era chegar aos 81,2% até final de 2014.

Outro desafio teve a ver com o desenho da app e a escolha da linguagem utilizada. Foi necessário temperá-la com a dose certa de formalismo, mantendo características apelativas ao público jovem, sobretudo universitário, revela Ana Paula Melo. Cada ano, há 30 a 40 mil novos alunos com conta bancária, lembra.

A segurança não envolveu muitas preocupações. Segundo a executiva, a app tem um menor risco do que um cartão de débito, face às quantias envolvidas, e à possibilidade de se desactivar rapidamente o serviço. Além disso, há um processo de abstracção pelo meio. Não há presença de dados bancários nos dispositivos móveis e a transacção ocorre nos sistemas internos do banco.

A aplicação foi desenvolvida em seis meses, segundo uma metodologia Agile, utilizada na CGD, e que permitiu adicionar facilmente algumas melhorias, reconhece. A interligação com outros serviços – por exemplo, com os da SIBS – será sempre equacionada, mas tendo em conta taxas de transacção praticadas (por aquela entidade ou outro banco).

De acordo com a mesma responsável, a aplicação de tarifas obrigaria a uma diferenciação entre clientes da CGD e os de outras instituições. Se o modelo da SIBS não interessar, o banco pode recorrer à utilização de cartões com pré-pagamento.




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