Intel quer dar conteúdos exclusivos para dispositivos com os seus chips

A fabricante espera atrair mais fornecedores para os seus processadores móveis quando os processadores ARM inundam o mercado.

Edison - IntelApós ficar para trás no mercado de processadores móveis relativamente aos ARM, a Intel planeia contra-atacar, criando conteúdos exclusivos para os dispositivos construídos com os seus chips.

Mais detalhes sobre o assunto serão partilhados nesta quinta-feira, no Intel Developer Forum, a decorrer em Shenzhen (China). Mas Doug Fisher, chefe de software da Intel, já avançou que a fabricante quer trabalhar “de mãos dadas” com os fornecedores para desenvolver conteúdo exclusivo dentro de um jogo ou de um produto.

As parcerias podem resultar mesmo no desenvolvimento de produtos de software exclusivos para os chips Intel, acrescentou.

A empresa está a tentar destacar-se, quando os chips ARM continuam a ser os processadores mais usados em smartphones e tablets. Ao longo dos últimos quatro anos, a Intel tem respondido através do desenvolvimento de chips para dispositivos móveis, mais eficientes em termos energéticos, e a optimizar o Android OS para os seus processadores.

“Isto não é suficiente, queremos diferenciar”, disse Fisher em entrevista nesta quarta-feira. Uma área em que a empresa diz poder destacar-se é na parte gráfica, criando fundos mais detalhados nos jogos. Outra é numa melhor multi-tarefa para os dispositivos Android.

A Intel está pronta para dar um grande avanço ao mercado de processadores móveis, disse Fisher. A empresa tem o objectivo de vender 40 milhões de tablets com processadores Intel em 2014, quatro vezes mais do que no ano anterior.

Para ajudar a trazer mais dispositivos com processadores Intel para o mercado, a fabricante está atenta ao “hub” tecnológico de Shenzhen, um importante centro de fabrico de produtos electrónicos. Hoje, a Intel anunciou que vai criar um centro nesta cidade chinesa dedicado a ajudar os fabricantes a criarem dispositivos móveis com chips da empresa.

A Intel também vai financiar o desenvolvimento de produtos chineses para tablets, smartphones e “wearables” com os 100 milhões de dólares do seu braço de capital de risco.

Uma área em que a Intel está atenta a alguma inovação é nos fabricantes que levam o Android para dispositivos maiores, incluindo computadores. Mas Fisher disse que ainda é muito cedo para dizer se os PCs Android têm futuro, uma vez que a Google também está a incentivar os notebooks com o seu sistema operativo Chrome. “Nós não nos importamos desde que funcione” com processadores Intel, acrescentou.

Em comunicado, a Intel anunciou que o Centro de Inovação Intel Smart Device em Shenzhen visa “acelerar a inovação em dispositivos inteligentes, incluindo 2-em-1, tablets, smartphones, wearables e a Internet das Coisas (IoT)”.

O CEO da Intel, Brian Krzanich, revelou ainda a Edison, “uma plataforma de computação polivalente, inicialmente pensada nos laboratórios de pesquisa da empresa na China”, a disponibilidade das soluções Gateway para a IoT, e demonstrou pela primeira vez o SoFIA, “a primeira plataforma SoC” (sistema num chip) móvel integrada da Intel de entrada para smartphones e tablets”.


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