Factura electrónica adoptada por 31,4% do universo ViaCTT

As soluções baseadas em documentos PDF continuam a ser a opção preferencial das empresas, enquanto a adopção assente em normas EDI pouco cresceram. Perto de 33,7% dos inquiridos não tenciona implantar os sistemas.

Factura electronica_estudo CTT_ACEPICerca de 31% das empresas registadas na plataforma ViaCTT têm soluções de factura electrónica implantadas, de acordo com um estudo revelado esta quarta-feira, durante o Fórum Nacional da Factura Electrónica. O número de empresas a utilizar os referidos sistemas, ou em processo de implantação efectiva, cresceu 14,3%, desde 2012, destacou o vice-presidente da ACEPI, Alberto Pimenta.

Mas o número de organizações que decidiram não implantar os sistemas também cresceu de 23,8% (2012) para 33,7%. Cerca de 30,9% estão a “estudar o tema”.

Das cerca de 450 mil empresas registadas na ViaCTT, responderam 3143 ao questionário terminado a 17 de Março passado. Considerando a distribuição das respondentes, os dados do estudo podem ser transpostos para a escala nacional, defende o responsável, também director de estratégia e desenvolvimento dos CTT. Recorde-se que num inquérito semelhante, divulgado em Outubro de 2012, apenas 2,3% das empresas inquiridas tinham aderido à factura electrónica.

Um dos dados mais salientes do estudo refere a utilização de soluções baseadas em documentos de PDF, usadas por 63,1 %, praticamente o mesmo do que em 2012. O conjunto de organizações com soluções baseadas em normas EDI até cresceram perto de 1,7%, particularmente nos sistemas com suporte para assinatura digital. Contudo, este incremento deve ser considerado com cautela devido à margem de erro do inquérito (1,75%).

Alberto Pimenta chama a atenção para o facto de o estudo revelar o incremento mais significativo entre o universo PME. Ora, as soluções baseadas em PDF acabam por exigir menor investimento e por isso merecem preferências entre estas entidades.

Os custos de desenvolvimento inerentes ao desenvolvimento continuam a ser os mais referidos (77,5%) pelos inquiridos, como barreira de adopção, segundo o estudo. Mas, na opinião de Marc Defretin, director-geral da Generix em Portugal, aquele tipo de documento pode ser suficiente e adequado para as empresas utilizadoras.

Além disso, o executivo assinala um incremento “significativo” na adopção de sistemas com maior integração (como os de EDI), particularmente no retalho e no sector da saúde. Contudo, associados aos custos estará outra barreira, a da complexidade de conformidade com requisitos legais, a terceira mais referida, e a qual acaba por incrementar as despesas, segundo Alberto Pimenta.

Os desafios de integração com os fornecedores é o segundo entrave mais mencionado, mas a situação terá melhorado. Apesar das dificuldades apontadas pelos respondentes, e procurando não as menosprezar, o presidente da ACEPI, Alexandre Nilo Fonseca, considerou haver actualmente “todas as condições” para as empresas adoptarem a factura electrónica.

Num comentário sobre o estudo, o responsável defendeu ser importante ter em conta a situação de muitas empresas emitirem poucas facturas durante o exercício fiscal e, por isso, optarem por entregar aos contabilistas esses processos. Nilo Fonseca destacou também o incremento das organizações de saúde com sistema de factura electrónica: em 2012, eram o sector com menos entidades utilizadoras (17,5%) ou em vias de utilizar, e em 2014 é aquele com mais respondentes a usarem (ou em vias de o fazer).

Alberto Pimenta aponta como causas prováveis para isso, o maior dinamismo do negócio naquela área económica, e talvez, as exigências do Ministério da Saúde sobre a apresentação mais rigorosa de facturas por parte dos seus fornecedores. Esta obrigação leva Alberto Pimenta a admitir que a obrigatoriedade imposta pelo Estado da adopção da factura iria acelerar bastante a implantação dos referidos sistemas.

Outros dados e conclusões do estudo:
‒ as empresas respondentes operam essencialmente em Portugal e a grande maioria – 79,2% – tem um volume de negócios abaixo de um milhão de euros;
‒ mais de 50% das empresas emite até 500 facturas anualmente;
‒ 73,9% das empresas da amostra possui sistema de informação para emissão de facturas e 62,1% possui sistema de informação para recepção de facturas;
‒ 71% das empresas admite receber facturas electrónicas (acréscimo de 8,4% face a 2012);
‒ em termos globais, os documentos desmaterializados, tanto na emissão, como na recepção registaram acréscimos em 2014;
‒ no caso da recepção, destacam-se as facturas que sofreram uma evolução de 31,1%, face a 2012.




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