Facebook quer levar Oculus para a próxima plataforma

O alcance da compra da empresa, pela gestora da rede social, vai muito além do mercado de jogos. O CEO, Mark Zuckerberg, vê a realidade virtual como o próximo suporte de computação e comunicação dominante.

Kit de desenvolvimento Oculus Rift 2 _Oculus (DR)A Facebook comprou por dois mil milhões, a Oculus VR, empresa focada no mercado dos jogos, e no desenvolvimento de uns óculos de imersão em realidade virtual: os Rift. Mas o CEO da empresa compradora, Mark Zuckerberg, tem outros planos para o equipamento e tecnologia associada.

Fundam-se na ideia de os sistemas de acesso à realidade virtual se tornarem na próxima plataforma de computação de comunicação dominante. Mesmo tratando-se de um mercado ainda inexistente, previsto para daqui a cinco ou só a dez anos. E não está só, na sua visão.

O CEO vê os ambientes de realidade virtual não só como veículos de comunicação, mas também como suporte para compras electrónicas, formação e muito mais. Focada no segmento dos jogos, a Oculus está a desenvolver os Rift como dispositivo para “mergulhar” as pessoas em cenários de jogos, enganando os seus sentidos auditivo e visual.

A Facebook pretende ajudar a Oculus a colocar o equipamento no mercado rapidamente, e a assinar parcerias para o desenvolvimento de mais jogos, garante Zuckerberg . Mas isso será apenas o começo.

“Imaginem a possibilidade de desfrutar de um lugar mesmo junto ao campo num jogo [evento desportivo], estudar numa sala de aula com alunos e professores de todo o mundo, ter uma consulta com um médico face a face, ou ir às compras numa loja virtual podendo explorar e tocar os produtos, desde as vossas casas usando os óculos”, desafiou o executivo. Este vê a realidade virtual como fundação para “uma nova plataforma social”.

“Ao sentirem-se verdadeiramente presentes, poderão partilhar espaços ilimitados e experiências com as pessoas na vossa vida. Imaginem partilhar não apenas momentos com seus amigos online, mas experiências e aventuras inteiras”, sugere Zuckerberg.

E o responsável não está sozinho ao ver a realidade virtual com lugar de destaque no futuro. O analista da IDC, Scott Strawn, prevê que ela seja próxima plataforma principal depois dos dispositivos móveis, mesmo se a implantação em massa esteja a vários anos de distância.

“Não é de todo surpreendente que a Facebook se esteja a envolver [na área] agora”, considera. “A Google, o seu principal concorrente, está a trabalhar em tecnologia de realidade virtual há anos”.

A Facebook não planeia fazer dinheiro vendendo dispositivos de imersão em realidade vitual. “Não somos um fornecedor de hardware”, sustenta Zuckerberg. “Não estamos a procurar tentar fazer um lucro vendendo os equipamentos, a longo prazo. Olhamos para isto como uma área de software e serviços”.

Apesar disso, o responsável não concretizou como tenciona ganhar dinheiro com a Oculus ‒ o negócio não deverá fechar até o próximo trimestre. Mesmo assim, Zuckerberg mencionou os serviços de comunicações, comércio electrónico e “talvez publicidade “, como fontes potenciais de receita.

A história mostra que “quem constrói e define” a próxima plataforma de computação não apenas molda as experiências para as quais é utilizada, mas também obtém “benefícios financeiros e estratégicos”, disse Zuckerberg . Além da Google (com o projecto Tango e os Glass), a Facebook terá enfrentar outros fornecedores: a Sony está já a impulsionar a sua plataforma de realidade virtual Morpheus e existem rumores sobre a possibilidade de Microsoft estar a preparar iniciativas na mesma área.




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