Os processos de selecção de candidatos captam já grandes quantidades de informações sobre eles. Mas há detalhes importantes que continuam a escapar e têm a ver com a dimensão mais humana dos trabalhadores. Podem melhorar e acelerar as operações.
Os profissionais de recursos humanos continuam a confiar na aplicações de Big Data para afinarem os processos de contratação. Aproveitam a análise de dados até para prever o desempenho e comportamento prováveis do candidato. No entanto , com tantos dados valiosos disponíveis é fácil esquecer uma das partes mais importantes do processo de recrutamento: o elemento humano.
Concentrarem-se no “small data” pode não só melhorar a velocidade como a eficiência dos processos de contratação e identificar obstáculos na organização, além de tornar mais fácil de encontrar os talentos passivos dos recursos humanos. “Foi muito emocionante ver nos últimos anos, o número de ferramentas que surgiram para recolha e análise de dados, e eu não tenho nenhum problema em usá-las”, disse Jason Berkowitz, vice-presidente da Seven Step Recruiting Process Outsourcing.
As aplicações ajudam as organizações a descobrirem, por exemplo as áreas nas quais os candidatos têm dificuldades no preenchimento das fichas da candidatura, pelo tempo que demoram a completar certos elementos. E a análise dos dados também ajuda as empresas a entenderem melhor o seu poder de atracção de recursos humanos, de os encontrar e manter.
No entanto, incidindo apenas sobre o que os candidatos fazem durante o processo, e a forma como navegam numa página, é apenas parte da equação. É importante perceber as razões disso, ressalva Berkowitz .
“Preocupa-me o facto de nos esquecermos que quando estamos à procura e contratação de recursos humanos, estamos a falar de pessoas reais. Os seres humanos são mais do que um currículo e uma ficha de candidatura”, reforça Berkowitz. São um todo, e “juntamente com a vida rica além do trabalho, há elementos capazes de adicionar profundidade e amplitude à sua comercialização e valor como um empregado” , explica.
Recordar a história humana por trás da aparência digital ou no papel de um candidato é particularmente importante para a nova geração de recrutadores, sublinha Berkowitz . Muitos deles são nativos digitais e, às vezes distraem-se com o volume de informações que as ferramentas de análise oferecem.
“O que chamamos de ‘small data’ pode nos ensinar muito sobre o comportamento humano, especificamente aquelas relacionadas com os processos de recrutamento e selecção. Podemos intuir sobre as potenciais habilidades de um empregado, como a atenção com os detalhes, perseverança e a criatividade, por exemplo”, disse ele.
Importante nas PME
Os “pequenos” dados também podem ajudar as pequenas empresas a optimizarem e facilitarem o processo de recrutamento e contratação em si, com base no comportamento dos candidatos. Muitas empresas acreditam que os candidatos realmente interessados em trabalhar para elas, fazem o que é necessário para completar o processo de candidatura.
E se não o fizerem então não são adequados. Mas há muitas razões pelas quais não completa uma ficha de candidatura, e mesma as ferramentas de Big Data só conseguem contar uma parte da história.
E esse método ignora os candidatos mais passivos. Pode acontecer que até os melhores candidatos não estejam cientes do seu interesse em trabalhar para uma empresa, e não cheguem à entrevista, disse Berkowitz.