O que é exequível nem sempre é fácil de concretizar, reconhece o director de TI da Lusitania Seguros, eleito um dos melhores CIO 2014. Mesmo assim, o responsável quer voltar a inovar pela via da ergonomia e da usabilidade aplicacional.
Alexandre Ramos obteve o reconhecimento da CIOnet como um dos melhores CIO 2014 com o projecto para a Lusitania Seguros de criação da figura de extracto de cliente, associado a um conceito de venda cruzada assente em critérios de “bundling”. Procurando diferenciar-se pelo preço e flexibilidade de pagamento, a que se liga o extracto a organização lançou o “Plano E+”, um pacote de seguros que permite à empresa preços mais competitivos.
O responsável distinguido na categoria “orientação ao cliente”, explica como os esforços exigidos para um projecto, muitas vezes não são visíveis logo à partida nos Power Point dos planos. Mas isso não o impede de lançar a equipa para novos desafios.
Computerworld ‒ Qual foi o principal desafio no projecto desenvolvido para o extracto de cliente, associado a vendas cruzadas?
Alexandre Ramos ‒ A criação de uma aplicação de Internet que permitisse a simulação cruzada, para qualquer ramo, sem criar mais esforço nem introduzir demasiadas novidades. Principalmente porque se pretendia, e acreditamos que foi conseguido, manter o processo actual, o mais próximo do processo existente. Sobretudo, nos canais de mediação.
CW ‒ Que lições tirou ou confirmou com a realização do projecto?
AR ‒ Confirmamos que o PowerPoint permite tudo. O que inicialmente se julga ser exequível, e de algum modo possível com a devida dedicação e esforço, nem sempre sucede facilmente.
Um projecto como este teve dependências em todas as áreas da companhia. Isto porque afectou a recepção e envio de documentação, a simulação, a contratação, a abertura de sinistros, a criação de novos outputs, a cobrança, etc.
Por isso concluímos que este projecto, o mais pesado dos últimos anos, representou um esforço e um período de testes simplesmente incrível e não percepcionado inicialmente.
CW ‒ Qual foi o factor crucial para a redução de custos alcançada? Esta foi essencial para reduzir o preço da oferta?
AR ‒ A redução de comunicações para o cliente foi muito grande. Ao invés de se enviar aviso/recibo frequentes e mediante os vários contratos e fraccionamentos que o cliente detivesse, passou-se a enviar uma única comunicação e somente uma vez por mês.
O facto de o “Plano e+”. associado ao extracto, criar um processo natural de “cross selling”, que antes só se fazia comercialmente, causou o acréscimo esperado de maior detenção de apólices por cliente.
As poupanças de custos de expedição, mais o aumento do “cross-selling” que gerou, permitiu que se melhorassem as tarifas. Reforçámos ainda mais a nossa competitividade.
CW ‒ Quantos profissionais de TI prevê contratar durante 2014?
AR ‒ Prevemos contratar entre dois a três.
CW ‒ Para 2014, qual é o seu maior desafio na gestão dos serviços de TI da Lusitania Seguros?
AR ‒ Os desafios para 2014 vão manter-se como a continuação da exigência em dotar a companhia e os nossos parceiros com aplicações de eleição. Iremos lançar plataformas inovadoras, que vão marcar o mercado segurador.
Serão especialmente orientadas à funcionalidade mais frequente e na ergonomia e usabilidade aplicacional. As novas aplicações que se irão lançar vão estar dotadas desta orientação, bem como manter-se-ão aptas a ser executadas em qualquer plataforma.