Insatisfação das empresas pode fazer com que a Asus retire os seus produtos Transformer do mercado.
A Microsoft pode estar confortável com o Windows Phone e o Android num mesmo smartphone, mas quando o assunto é o computador, a posição não é a mesma. A Google também não está muito animada com a ideia de dispositivos com os dois sistemas e, pelo menos, um fabricante terá de retirar os aparelhos híbridos da sua linha em resultado dessa insatisfação.
A Asus, responsável pelos modelos Transformer AiO P1801 e P1802, está a ser forçada a retirar estes produtos. Além disso, o Transformer Book Duet TD300, apresentado em Janeiro no CES 2014, também deve seguir o mesmo caminho, segundo o The Wall Street Journal (WSJ).
Estes dispositivos usam o Windows quando estão em modo PC mas, quando se muda para o modo tablet, surge o sistema operativo Android. O conceito é interessante para os utilizadores por conseguirem o melhor dos dois mundos num só equipamento mas, aparentemente, as duas empresas não gostaram do resultado.
É fácil de entender porque a Microsoft não quer aparelhos desses nas mãos dos utilizadores. Ela está em dificuldades para fazer os consumidores adoptarem o recente Windows 8.1, um sistema operativo para as duas interfaces (PC desktop tradicional e tablets com ecrã tácteis). Um conversível que muda do Windows 8.1 para Android não é útil para o Windows 8.
A oposição da Google é mais curiosa e o WSJ sugere que ela não quer o Android no mesmo espaço com outro sistema operativo.
A Google nunca foi contra o conceito da Canonial para um smartphone híbrido Android-Ubuntu e até a Huawei planeia ter um híbrido com Android e Windows Phone nos EUA nos próximos meses.
Os PCs são diferentes, no entanto, e talvez a Google simplesmente não goste da ideia do Android a desempenhar um papel complementar ao Windows num PC.
A Google não pode impedir uma empresa de usar a versão open source do Android nos seus aparelhos. Mas pode reprimir qualquer empresa que queira ter acesso aos serviços online Google no Android. Essas aplicações e serviços – como Gmail, Maps e Google Play – não fazem parte da versão open source do Android e requerem um acordo comercial com a Google antes de serem pré-carregados num dispositivo.