Faro tem de usar melhor os seus dados, diz a IBM

Cinco consultores do fabricante apresentaram seis recomendações para a economia algarvia. A criação de uma plataforma aberta e pública de dados faz parte da lista, assim como a implantação de um centro de inovação e especialização na economia do mar.

Presidente da IBM_António Raposo de Lima_a discursarUma equipa internacional de consultores da IBM considera que Faro precisa de utilizar os seus dados de forma mais inteligente, para melhorar a sua economia. A observação está incluída num conjunto de recomendações feitas pelos cinco executivos no âmbito do prémio obtido pela cidade no Smarter Cities Challenge.

Sem prejuízo para a qualidade da sugestão, esta não deixa de servir a estratégia de vendas do fabricante, o qual desenvolve uma aposta cada vez mais forte em tecnologia e serviços de análise de dados.

A análise resultou em seis sugestões, para três áreas, válidas para “todo o Algarve”, segundo um comunicado:

Inovação:

‒ criar uma plataforma aberta de dados: um ecossistema de “Open Data” escalável, em tempo real, permitindo análise preditiva e que possa sustentar o crescimento económico da região através de conhecimento, inovação, intercâmbio e consumo de informação;

‒ formar e capacitar o mercado de trabalho para maximizar a economia do mar: criar um centro de inovação para a especialização, a fim de capacitar a força de trabalho existente, atrair a geração mais jovem e melhorar as capacidades especializadas, de modo a apoiar a força de trabalho futura e a diversidade económica relacionada com o mar.

Economia do Mar

‒  aproveitar melhor os recursos naturais sustentáveis ​​através de projetos público-privados de investigação & desenvolvimento (I&D): Incrementar a colaboração entre centros de I&D explorando os dados provenientes de sensores marítimos a partir de novos modelos preditivos e analíticos e de otimização, para melhorar a eficiência dos negócios e garantir a sustentabilidade dos recursos naturais;

‒  criar uma cadeia de valor de colaboração regional, para maximizar os benefícios económicos do mar do Algarve: gerida como plataforma de serviços partilhados numa parceria público-privada, agregando os municípios do Algarve e outras entidades locais.

Turismo:

‒ melhorar o turismo através de uma estratégia de branding integrada: Agregando as diferentes marcas relacionadas com o Algarve, criando uma identidade única e diferenciadora para os produtos e serviços da região do Algarve, tirando partido das redes sociais e de sistemas inteligentes de marketing social;

‒  ultrapassar o turismo sazonal através de experiências personalizadas: captar novos turistas e fidelizar os existentes, promovendo o acesso a mais produtos exclusivos do Algarve, tais como o artesanato, a cultura, a gastronomia, o golfe, as atividades de  desportos náuticos e o turismo de natureza, através de ofertas personalizadas e disponíveis em tempo real, adaptadas aos gostos individuais de cada turista e acessíveis através de apps específicas.

Colaboração entre agentes é baixo

Os cinco executivos da IBM visitaram e reuniram com diversos agentes interessados  (Secretário de Estado do Mar, Câmara Municipal, Universidade, CCDR, entidades públicas, associações locais, pequenos e médios empresários) nas últimas três semanas com vista à avaliação, análise e recomendação de melhorias estruturais na cidade de Faro e região circundante.

Chegaram a várias conclusões, entre as quais que existe um nível baixo de colaboração entre os diferentes actores, regionais e nacionais, em algumas áreas críticas para a região. “Por outro lado, constatou-se que as oportunidades de negócio e de inovação, embora existentes, necessitam de uma utilização mais inteligentes dos dados através de uma significativa melhoria na colaboração entre o sector público e o privado”, diz um comunicado.

Além disso, na visão dos consultores a economia regional tem uma dependência excessiva das actividades relacionadas com o turismo, devido ao seu carácter sazonal, e os jovens necessitam de competências especializadas focadas nas profissões ligadas à economia do mar.




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