EDP transfere email para a cloud e avança para CRM

Depois de cerca de um ano de estudos e consultas, o Grupo EDP decidiu colocar todo o sistema de gestão de email na cloud e adoptar um CRM, porque passou a ter “clientes” e não “pontos de contacto”.

O Grupo EDP vai iniciar no corrente ano um processo de transferência de todo o sistema de email para a cloud, revelou Vergílio Rocha, director corporativo do grupo com o pelouro dos Sistemas de Informação (CIO), no “Executive Breakfast” sobre “Energia: uma nova era”, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) esta quinta-feira.

Vergílio Rocha disse que “a decisão de mudar todo o email para a cloud foi tomada há um ano. Foi um ano de preparação em que ouvimos e consultámos a organização e em que assistimos a muitas empresas globais, maiores que nós, a tomarem a mesma iniciativa, o que ajudou a validar a nossa decisão”.

Uma decisão que obedeceu a duas das orientações e prioridade estratégicas para os Sistemas de Informação do Grupo EDP, e que passam por melhorar a eficiência, reduzindo os custos (“acreditamos que em utilities maduras, a eficiência joga-se mais pelo lado da redução de custos – OPEX – do que do lado do investimento – CAPEX”) e por “criar graus de liberdade tecnológicas que facilitem a vida aos dirigentes e administradores do grupo que têm de decidir num contexto de grande instabilidade e imprevisibilidade”, afirmou. A empresa tem em Portugal, Espanha e Brasil as suas principais bases de operações.

Neste contexto, o CIO salientou que “temos nos data center ibéricos do Grupo EDP cerca de 285 aplicações. Deste total, 60 a 70 não são core nem introduzem qualquer risco de negócio, pelo que poderão vir a ser objecto de outsourcing. Vamos comprar mais serviços que permitam concentrar os recursos da empresa. Cerca de 80% dos nossos activos de IT estão em outsourcing. É uma experiência com 10 anos que tem corrido bem e não é nossa intenção deixar este modelo. Só não compraremos serviços externos que forem core ou em situações em que a empresa não possa ou não deva comprar fora”.

Sem revelar o nome do fornecedor do serviço de cloud, a sua origem ou localização, nem o investimento já realizado ou a realizar, Vergílio Rocha salientou que esta mudança não será simples como pode parecer à primeira vista, e que “tem impactos importantes” e lança alguns desafios sensíveis e complexos, de negócio e culturais, designadamente aos níveis da segurança e de gestão do risco e adequabilidade aos modelos de negócios locais onde o grupo está instalado, e no próprio sistema de gestão de email.

Por outro lado, refere, “é a ponta do iceberg” de outros impactos nos sistemas de informação, como o sistema de comunicações unificadas e de gestão documental, que vão ter de evoluir, desde logo, num processo de integração.

CRM também em 2014
O corrente ano também marcará a adopção de um sistema de CRM. Sem relevar a solução já escolhida nem o investimento, Vergílio Rocha salientou que o contexto de actuação da comercialização da electricidade mudou com a liberalização e que a EDP entendeu agora precisar de ter um CRM, porque “antes geríamos ou tínhamos pontos de contacto, agora gerimos e temos clientes”. No final de 2013, a EDP tinha no mercado ibérico oito milhões de clientes (6,3 milhões em Portugal e 1,7 milhões em Espanha).


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