Cabo Verde desafia empresas portuguesas de TIC

A embaixadora do país africano, Madalena Brito Neves, procura estimular o sector português a participar na transformação da estrutura económica, processo centrado em três eixos: turismo, economia do mar e serviços financeiros.

As “tecnologias de informação e das comunicação são um cluster central da transformação de Cabo Verde, como suporte e desenvolvimento da sua economia”, afirmou a embaixadora em Portugal, Maria Madalena Brito Neves, durante a sua intervenção no seminário de apresentação do estudo sobre o envolvimento das TICE no desenvolvimento da Sociedade de Informação nos PALOP, realizado na AICEP Portugal Global, que decorreu em 30 de Janeiro último.

Esta transformação da economia em curso, assente em três eixos – turismo, mar e praça financeira – visa posicionar Cabo Verde como uma plataforma de serviços/centro de negócios para toda a África Ocidental. Trata-se de um território que envolve duas dezenas de países (Nigéria, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guine Conacri, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benin, Burkina Fasso, Mali, Níger, Chade, Camarões, República Centro Africana, Guiné Equatorial, Gabão, Congo), os quais em conjunto atingem um PIB de 530 mil milhões de dólares (2013), tem 375 milhões de consumidores, reservas internacionais de 80 mil milhões de dólares e terá registado um crescimento na ordem dos 6% em 2013.

Atrair investimento

A embaixadora de Cabo Verde convidou assim as empresas TICE portuguesas a olharem para o seu país como um destino estratégico nos seus processos de internacionalização, não apenas enquanto mercado de destino – o sector das TICE de Cabo Verde não valerá mais de 5 a 10% dos 663 milhões de euros que representam Angola e Moçambique e Cabo Verde em conjunto, embora esteja a crescer a 5% ao ano aproximadamente – mas fundamentalmente por serem um pilar e parceiro estratégico da afirmação da economia cabo-verdiana como plataforma de serviços para toda a África Ocidental.

Madalena Brito Neves não falou em incentivos concretos e específicos para captar o investimento das empresas TICE portuguesas, mas explicou os objectivos e revelou a estratégia que o país está a desenvolver e os projectos já em desenvolvimento, não esquecendo os factores de atracção para o investimento.

Destacou a construção de um Parque Tecnológico, cujo  datacenter está já a ser construído, incluindo ainda uma aposta forte num centro de formação e qualificação, no quadro da orientação global de desenvolver e reforçar a rede de recursos humanos e a capacitação dos mesmos. Também faz parte deste projecto a criação de uma rede de incubadoras, incentivos específicos para IDE (Investimento Directo Estrangeiro) e linhas específicas de financiamento.

Contexto favorável

A embaixadora de Cabo Verde lembrou ainda que a economia do país tem vindo a registar um crescimento anual de 4 a 4,5% nos últimos anos e que assim vai continuar, salientou a estabilidade política e social do país, a rede de comunicações e transportes de acesso rápido ao país – por via aérea (quatro cidades), por exemplo -, a boa rede e qualidade das telecomunicações fixas e móveis (estas acessíveis em 22 concelhos), o modelo de governação e a posição geopolítica, como factores favoráveis à aposta no país.




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