Gates deve ceder “coroa accionista” a Ballmer

Se continuar a vender acções ao mesmo ritmo, o co-fundador da Microsoft deixará de ser o maior accionista da empresa, durante 2014.

A posição outrora invulnerável de Bill Gates como maior accionista da empresa continuou a sofrer uma forte erosão durante o quarto trimestre de 2013, no qual vendeu mais 20 milhões de acções. Desde sexta-feira, o co-fundador da Microsoft, permanece como o maior acionista singular da Microsoft, mas a sua vantagem sobre o actual CEO do fabricante, Steve Ballmer, ficou reduzida a menos de 25 milhões de acções.

O último executivo tem a possibilidade de se tornar o accionista principal da empresa em poucos meses. Ao longo da última década, Gates vendeu uma média de 80.000 mil títulos por ano, de acordo com registos da Comissão de Valores Mobiliários, dos EUA – a venda faz parte de um plano para alienar participações na empresa que ele e Paul Allen fundaram em 1975.

Gates pretende doar a maior parte da sua fortuna e a Fundação Bill & Melinda Gates Foundation servirá como ferramenta para esse processo. Entre 28 de Outubro e 01 de Novembro, Bill Gates vendeu 20 milhões de acções no valor de 711 milhões de dólares.

No final de 2013, ficou com 357 990 173 acções, abaixo dos 1,1 milhões registados em Setembro de 2004. Entretanto, a participação de Ballmer permaneceu nos 333 252 990 títulos.

O total das acções de Gates valem cerca de 13 200 milhões de dólares desde sexta-feira, ou 17 % do seu patrimônio líquido estimado: 78,1 mil milhões de dólares segundo os cálculos da Bloomberg. Esse montante faz de Gates o homem mais rico do mundo.

Ao ritmo a que está a vender as acções nos últimos dez anos, Gates deverá entregar a “coroa” de maior acionista Ballmer antes de meados de 2014. E terá esgotado as suas participações por volta de Setembro 2018 a menos que pare ou diminua a sua venda.

A posição de Gates como presidente e sua influência na empresa não estão baseadas unicamente na posição accionista, mas os milhões de acções carregam um peso enorme.

O tecnólogo foi sempre o maior accionista da Microsoft, de acordo com documentos disponíveis desde 1994 , oito anos após a empresa ser cotada. Para ele a ceder essa posição vai ser histórico.

Apesar das suas participações accionistas estarem a encolher, Gates não deverá deixar o cargo de chefe do conselho da Microsoft em breve, como alguns analistas já sugeriram.




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