SDN vão generalizar-se a “curto prazo”

Redes são “uma aposta forte e firme” da HP em Portugal, assegura o director da unidade de negócio de equipamento de redes, Fernando Teixeira.

Uma oferta em modelo de cloud computing levará a adopção de redes definidas por software ou Software Defined Networks (SDN) a acelerar em Portugal, sugere Fernando Teixeira, director da unidade de negócio de equipamento de redes da HP.

Isso aconteceria especialmente entre as PME, segundo o responsável, para quem as SDN deveram generalizar-se no tecido empresarial português, “curto prazo”.

Computerworld – Quais são as ideias principais da estratégia tecnológica da HP para as SDN?
Fernando Teixeira – Uma rede SDN é constituída por três grandes áreas: infra-estruturas, sistemas de controlo e aplicações. Alguns fabricantes concentram a sua oferta em algumas destas áreas, descurando a área das aplicações e poucos, onde a HP se inclui, apresentam uma oferta completa.

Nas infra-estruturas, a HP disponibiliza actualmente mais de 50 modelos de switches e routers com suporte para especificações normalizadas de OpenFlow. Na área de controlo e aplicações, a HP desenvolve as suas soluções SDN baseadas em três princípios: flexibilidade na utilização das redes; rápida implementação e adaptação das redes nas organizações; facilidade na operação.

As aplicações irão desempenhar um papel fundamental numa rede SDN onde, através do desenvolvimento de aplicações específicas, poderemos, de uma forma dinâmica, definir e alterar o modo de funcionamento das redes. A HP opta por soluções abertas que, através de API (Application Program Interface), permitem uma fácil integração com diversas soluções e fabricantes e o desenvolvimento de novas aplicações.

A visão da HP assenta sobre o conceito de Virtual Application Networks (VAN), um dos módulos do software de gestão de redes Intelligent Management Center (IMC), permite uma rápida implementação de aplicações, simplifica a gestão, melhora os níveis de serviço da rede (SLA) em toda a arquitectura HP FlexNetwork. Não posso deixar de referir o plano de colaboração entre a HP e a VMware para o desenvolvimento em conjunto da primeira solução de redes federadas da indústria, projectada para oferecer aos clientes uma automação e visibilidade unificadas sobre as redes físicas e virtuais dos seus centros de dados.

CW – Quando ou em que medida poderá generalizar-se no mercado português?
FT – Prevemos que a curto prazo, com o interesse crescente que temos sentido do lado académico e dos Service Providers, haverá um aumento significativo no número de implementações SDN no mercado português. Os operadores de telecomunicações poderão, em certa medida, acelerar o processo de migração de uma infra-estrutura “convencional” para uma arquitectura SDN e deste modo centralizarem, numa oferta em “cloud”, as áreas de controlo e aplicacional.

A adopção de arquitecturas SDN por parte das instituições de ensino daria um enorme contributo para uma rápida generalização de soluções SDN no mercado português, porque incentivariam à investigação e desenvolvimento de novas aplicações. À medida que as empresas adoptam soluções de cloud e de mobilidade, a configuração manual da rede revelou não só um consumo de tempo e de recursos mais intensivo, mas também uma maior propensão à ocorrência de erros.

A virtualização da rede oferece um plano de controlo centralizado, mas não automatiza por si só a configuração e o aprovisionamento de dispositivos de rede físicos. Estes serão os “ingredientes” que irão acelerar a generalização das SDN no mercado.

CW – Alguma vez fará sentido uma PME adoptar as SDN?
FT – Tendo por base que um dos objectivos das redes SDN é a redução de custos, em infra-estruturas e operação, significa que fará todo o sentido a sua implementação nas PME. A forma como devem adquirir uma solução SDN é que poderá ser discutível.

Poderão optar por adquirir a infra-estrutura ou simplesmente um serviço a uma empresa com oferta em “cloud”, do tipo “LAN-as-a-Service”. Na minha opinião, as pequenas empresas terão diversas vantagens se optarem por adquirir uma solução SDN como um serviço porque deste modo poderão concentrar-se no seu “core business”.

CW – Em que ambientes de TIC fará sentido ou valerá o investimento?
FT – Depende dos objectivos de negócio da organização. Tal como já foi referido, pretende-se aproximar as redes aos objectivos de negócio e para tal poderão ser desenvolvidas e implementadas aplicações específicas de modo a potenciarem um determinado ambiente. A vantagem de uma rede SDN é a sua capacidade de adaptação, por vezes de uma forma dinâmica, aos diversos ambientes e, por esse facto, penso que não será adequado balizar o desenvolvimento e aplicabilidade das soluções SDN.

CW – Porque se considera a HP visionária neste segmento de mercado?
FT – Neste segmento de mercado de Networking, a HP é visionária pela forma como desenvolve os seus produtos e soluções. Poderemos dar como exemplo o Intelligent Resilient Framework (IRF) que é um “framework” disponibilizado pela HP nos seus produtos de rede (switches e routers) e que permite otimizar os recursos adquiridos pelo cliente através da virtualização de chassis, evitando o bloqueio de ligações pela utilização do protocolo “spanning tree”.

Outro exemplo diferenciador é a uniformização do sistema operativo (Comware – sistema operativo modular) e do modo de configuração dos diversos produtos que compõem o portefólio: switches, routers wi-fi e firewalls. Não posso deixar de mencionar o nosso sistema de gestão Intelligent Management Center (IMC) que, pela sua estrutura modular, permite, através de uma única ferramenta, gerir toda a infra-estrutura, inclusive a de outros fabricantes.

CW – Qual é a vossa visão e estratégia para o negócio de networking em Portugal? Que peso tem o negócio de networking na HP Portugal?
FT – A HP Portugal, para o ano fiscal de 2014 (que começou a 1 de Novembro de 2013), reforçou a equipa de networking. Tal como referido anteriormente, e alinhado com a estratégia internacional, a área de networking é, sem qualquer dúvida, uma aposta forte e firme da HP Portugal. Trata-se de um projecto pensado para o longo prazo, com objectivos bem definidos e com uma tendência de crescimento constante.




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