As redes protegidas por tecnologia de Quantum Key Distribution (QKD) começam a assemelhar-se às redes convencionais quanto à possibilidade de suportarem múltiplos utilizadores.
A era durante a qual as redes de comunicação quotidianas serão melhor protegidas, de acções de vigilância, pela física da cifra quântica teve mais um impulso: cientistas da Cambridge Research Lab, da Toshiba, anunciaram uma nova maneira de múltiplos utilizadores partilharem um dos componentes mais importantes, mas também mais caros da tecnologia de suporte ao modelo.
Num artigo publicado pela revista Nature, a equipa liderada pelo Dr. Andrew Shields descreve uma rede de Quantum Key Distribution (QKD) com capacidade de suportar até 64 utilizadores. Nela, os mesmos conseguiram partilhar o detector de fotões – componente caro –, eliminando a necessidade de cada um ter o seu próprio.
Embora pareça um avanço vulgar, considerando a situação actual da cifra quântica, não o é. As redes ópticas convencionais são altamente eficientes, por funcionarem baseadas no princípio da partilha da infra-estrutura – podendo lidar com vários fluxos de dados e muitos utilizadores em simultâneo, sem complicações.
Até à data, os sistemas QKD tiveram exigem a criação de uma ligação ponto-a-ponto para cada conexão, e detectores de fotões duplicados para cada utilizador, interessado em receber uma mensagem. Para permitir que múltiplos utilizadores partilhem
um único detector, a equipa teve de descobrir uma maneira de os fluxos de fotões de cada utilizador serem distinguidos um do outro, um feito complexo para o universo QKD.
Uma dificuldade inerente era a necessidade de fazer isso, tendo em conta tensões térmicas bastante pequenas sobre as fibras ópticas, capazes de gerar erros. Embora o avanço dê um impulso para os sistemas QKD se mais parecidas com as redes de comunicações convencionais, ainda existem algumas limitações.
As taxas de dados no universo testados dos 64 utilizadores, são muito baixas segundo os padrões convencionais: para conseguir débitos de 250 kbps durante 12 horas, foi preciso reduzir o número de utilizadores para oito.
Mas por outro lado, a “o funcionamento contínuo ao longo de um mês permitiria uma capacidade de cifra até 10GB, numa só etapa, para cada utilizador – o suficiente para proteger, por exemplo, mais de cem mil e-mails “, explica o trabalho dos investigadores:
(John E Dunn, Techworld)