Utilizadores estão a abandonar o antigo sistema operativo a favor do Windows 7 e 8 – ou apenas houve menos acessos com XP à Internet?
Será que as pessoas decidiram finalmente ouvir a Microsoft e abandonar de vez o Windows XP? Segundo dados da empresa de métricas Net Applications, a quota de equipamentos com Windows XP dentro de toda a base de computadores pessoais (incluindo outros sistemas operativos) caiu para 33,7% em Agosto, uma queda de 3,5 pontos percentuais num mês.
Se calculada apenas sobre a base de computadores pessoais que utilizam apenas o Windows, a queda é ainda maior, diminuindo de 40,6% em Julho para 36,9% em Agosto, o que representa uma queda de 3,7 pontos percentuais no período.
A Microsoft tem alertado contra o XP há mais de dois anos. No mês passado, um gestor da divisão de segurança da empresa alertou que o XP seria um alvo fácil para cibercriminosos, uma vez que as suas actualizações de segurança vão terminar a 8 de Abril de 2014.
De qualquer forma que seja medida, a queda do XP é dramática e só é superior ao recorde anterior, de Dezembro de 2011, o mês após o “Peak PC” (o “salto do PC”), quando a indústria atingiu o seu máximo, quando o Windows 7 estava a ganhar terreno rapidamente ao XP.
A redução da quota do XP está a ser ganha pelos outros sistemas operativos da Microsoft – o Windows 8, com um ano de idade, e o Windows 7, lançado há quatro anos -, com uma proporção de dois para um a favor do Windows 8. Mesmo com o Windows 7 a aumentar a sua quota de utilizadores de PCs para 50% em Agosto, o Windows 8 acelerou a sua performance e ganhou uma fatia de 8,4%, o que é um recorde para o sistema operativo sob bombardeio do mercado.
É impossível dizer se a queda do XP representa de facto um abandono do sistema operativo antigo e uma troca dos equipamentos mais antigos por novas máquinas, já que a Net Applications mede apenas a actividade online. O declínio, ou parte dele, poderia ter sido causado por menos utilizadores do XP a acederem à Internet, por exemplo.
E como a metodologia da Net Applications se baseia na recolha de dados por país, uma pequena queda na China, por exemplo, onde mais de 70% dos computadores pessoais ainda usa o XP e a população da Internet é gigantesca, poderia representar um impacto grande nos números da empresa.
A concorrente da Net Applications, a StatCounter, por exemplo, não mostra o mesmo declínio no uso do XP em Agosto. Na verdade, a empresa irlandesa aponta que o XP teria ganho 0,1% de quota no mês passado. StatCounter e Net Applications olham para dois lados da mesma moeda. A StatCounter contabiliza “page views” – uma métrica que pode ser descrita como “quota de uso”-, enquanto a Net Applications confere visitantes únicos, um número que a Computerworld considera como “quota de utilizadores”.
A queda do Windows XP em Agosto é superior à estimativa de que ele ainda poderia representar um terço das máquinas em actividade utilizando o sistema operativo Windows em Abril de 2014. Se o declínio do mês de Agosto for tido em conta, projecções revistas da percentagem apontam que, em Abril de 2014, a base total máxima do XP estará entre os 23% e 28% desse total.
(Gregg Keizer, Computerworld/IDG Now!)