O relatório sobre a acção da instituição iliba-a de ter formalizado acusações federais contra o programador falecido. Mas também sugere que ela devia ter mostrado maior liderança.
O MIT nunca procurou instaurar um processo federal contra Aaron Swartz, o prodígio de programação acusado de roubar milhões de trabalhos académicos a partir de repositório online da instituição – confirma um relatório pedido pela mesma. Swartz acabou por cometer suicídio em Janeiro, face às acusações judiciais que lhe movida, e relatório considera que o MIT poderia ter assumido uma posição mais activa na questão.
O conjunto incluía invasão de computador, fraude e roubo de dados, e era o suficiente para uma sentença de 35 anos de prisão e uma multa de um milhão de dólares. O caso levou a protestos de críticos que alertaram para a excessiva agressividade da acusão.
Houve até de legisladores para mudar a lei de fraude informática e abuso. Contudo o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, disse mais tarde que o governo nunca teve a intenção de levar Swartz á prisão durante mais do que alguns meses.
A investigação foi pedida pelo presidente do MIT, Rafael Reif, em Janeiro. Ela iliba o MIT de qualquer delito, mas levanta questões sobre se o instituto não deveria ter estado activamente envolvidos.
O relatório foi elaborado após conversas com cerca de 50 pessoas, incluindo professores, alunos, ex-alunos, funcionários, policiais e advogados, e familiares e amigos de Swartz. MIT manteve-se neutro no caso de Swartz a partir do momento da sua prisão em Janeiro de 2011, até sua morte em Janeiro de 2013.
Nunca fez declarações públicas sobre o valor do caso, ou se ele devia ou não prosseguir, segundo o relatório. O instituto não pediu que agentes federais se envolvessem na investigação o que fossem feitas acusações federais contra Swartz.
O MIT também não tentou influenciar as decisões do Ministério Público sobre o caso: além de dizer que o governo não devia presumir que Swartz queria ir para a cadeia. O programador foi acusado de fazer o download de mais de quatro milhões de artigos académicos do serviço JSTOR, supostamente com o objectivo de torná-los disponíveis de forma gratuita.
Os críticos, incluindo alguns estudiosos proeminentes da Internet, dizem que as acusações contra ele eram desproporcionadas face ao crime. Mas a atitude de neutralidade do MIT também não levou em consideração as contribuições de Swartz à tecnologia da Internet, como devia, segundo o relatório.
Nem teve em consideração o contexto político da questão, no qual as pessoas da instituição têm sido tradicionalmente líderes apaixonados, segundo o relatório. “MIT perdeu a oportunidade de demonstrar a liderança da qual nós nos orgulhamos”, segundo a investigação.
(Stephen Lawson,IDG News Service)