Projecto open source procura tornar cifra mais fácil

A Crypton é uma matriz de software que permite a aplicações cifrarem dados no browser, antes de serem enviados para um servidor remoto.

Um projecto de software open source tem como objectivo disponibilizar aos programadores uma maneira simples de introduzir em aplicações funcionalidades de cifra – capazes frustrar os esforços de vigilância online. Chama-se Crypton e está a ser desenvolvido pela SpiderOak, empresa dedicada ao armazenamento sincronizado online.

A organização diferencia-se por usar cifra de dados de tal maneira que nenhum de seus funcionários podem à informação alojada – ao contrário da Dropbox, onde alguns funcionários têm acesso limitado a certos tipos de dados. A Crypton nasceu como uma ferramenta interna da SpiderOak  para alguns dos seus projectos de software, disse o CEO da empresa, Ethan Oberman.

A empresa procurava uma maneira de os dados serem cifrados com segurança sem haver necessidade de os utilizadores terem de usar um programa em separado. Ao mesmo tempo a organização queria facilitar o trabalho dos programadores: usar a cifra em aplicações pode ser extremamente complexo e propenso a erros de implantação.

“Queríamos desenvolver mais de uma plataforma de privacidade para outros desenvolvedores e empresas poderem também usar visando integrar a privacidade nas aplicações sem ter de se tornarem especialistas em cifra “, explica Oberman. “Queremos que as pessoas entendam o poder da privacidade e entendê-la não como uma interferência ou factor inibidor no desenvolvimento do produto”.

A Crypton é, essencialmente, uma estrutura capaz de permitir às aplicações a cifra de dados dentro de um browser antes de a informação ser enviada para um servidor remoto.

Avanços recentes na tecnologia dos browsers nos últimos anos tornaram a Crypton possível. Os motores de JavaScript nos browsers são muito mais poderosos e pode lidar com tarefas de cifra intensas: como gerar as chaves necessárias para bloquear e desbloquear os dados cifrados, revela Oberman.

Os utilizadores têm a paz de espírito de saber, garante o CEO,   que mesmo se a empresa onde estão o dados for intimada por um tribunal, ela não seria capaz de decifrar as informações. As chaves de cifra permanecem no computador de um utilizador.

A SpiderOak planeia usar a Crypton numa aplicação de mensagens instantâneas e num software de colaboração no qual está a trabalhar, avança o responsável. A matriz deverá funcionar com aplicações de desktop, Internet e móveis.

Uma primeira versão do código está no GitHub, e uma versão mais completa deverá estar disponível em cerca de seis semanas. A SpiderOak tenciona disponibilizá-la sob a versão 3 da licença AGPL, a qual permitirá usar a Crypton para projectos open source gratuitamente.

(Jeremy Kirk, IDG News Service)




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