Está na altura de analisar uma carreira na computação em nuvem, e David Linthicum, vice-presidente da Cloud Technology Partners e colunista da InfoWorld, explica porquê.
A computação em nuvem está a expandir-se rapidamente, o que cria a procura por “especialistas” nesta nova actividade, e se traduz na oferta de muitos novos postos de trabalho para poucos candidatos qualificados. Ao mesmo tempo, muitos profissionais de TI estão a tentar descobrir como lucrar com a nuvem.
A maioria dos actuais postos de trabalho requerem um profundo conhecimento numa determinada tecnologia, como Amazon Web Services, OpenStack, Salesforce.com ou Azure. O que normalmente ocorre pelo facto de a empresa possuir uma tecnologia normalizada de nuvem. Chamo essa ocupação de especialista em tecnologia de nuvem, porque se concentra numa actividade específica: desenvolvimento, implementação, gestão, e assim por diante.
Outra oportunidade seria o planeamento ou arquitectura de cloud computing, muitas vezes em torno da configuração de novos sistemas na nuvem ou a migração dos sistemas existentes para cloud computing. Chamo a esta actividade de “planeadores de nuvem”.
Enquanto acha que essa seria uma nova carreira, na maioria dos casos as vagas são preenchidas por funcionários de TI de vanguarda, aqueles que compreenderam rapidamente que ter experiência de computação em nuvem nos seus CVs se traduz em salários maiores no futuro. Você não os pode culpar.
Quem acredita que a computação em nuvem será a tendência do futuro, terá melhor sorte se aprender uma tecnologia específica e, em seguida, tornar-se um especialista em nuvem. O truque é fazer a experiência inicial.
Os candidatos mais ambiciosos começarão os seus próprios projectos de carreira, utilizando a tecnologia de computação em nuvem mais na moda e, em seguida, encontrando um caminho que o leve a remunerações mais elevadas. A computação em nuvem está repleta de histórias de sucesso de autodidactas, devido à falta de treino formal oferecido.
Aqueles que procuram empregos de nível superior, tais como planeadores e arquitectos de nuvem, não encontrarão muitas opções, apesar delas existirem. A melhor maneira de se preparar para estes trabalhos é compreender tudo o que puder sobre a tecnologia, incluindo casos de uso e as melhores práticas em arquitecturas existentes, além de abordagens mais comuns.
Se há um lado positivo para o surgimento da computação em nuvem, é o número de oportunidades de trabalho criadas. Mas cloud computing é uma mudança mais ampla, mais sistémica na forma de consumir tecnologia. Assim, o crescimento do emprego em torno desta mudança vai durar por muitos anos. Por isso, talvez esteja na altura de o aproveitar.
Bolsa de empregos
A computação em nuvem é uma das tendências mais “quentes” em TI, actualmente, porque está relacionada com a redução de custos e a simplificação da vida dos utilizadores. E, segundo a Gartner, as empresas ainda estão muito interessadas em aprender mais sobre como consumir serviços de TI de forma mais rentável.
Uma das soluções em observação é a aquisição de serviços, como capacidade computacional, de armazenamento e aplicações de negócios por meio da nuvem, ao invés de manter equipamentos internamente.
Embora todos os tipos de fornecedores, da Microsoft à Google ou Salesforce.com, venham dedicando grande esforço para explicar a sua própria visão sobre a computação em nuvem e as suas estratégias para avançar nessa área, a Gartner entende que a computação em nuvem é um conceito em evolução que, provavelmente, levará vários anos a amadurecer.
Como qualquer processo evolutivo, o conceito já muda o cenário de TI e, segundo a Gartner, deve ampliar o mercado de trabalho para especialistas, apesar de gerar algumas dores de crescimento. A capacidade de simplificar e reduzir os custos através da virtualização, automação e simplificação da configuração de software, significa geralmente que os departamentos de TI podem fazer mais com menos, em certas áreas. Mas isso também significa que uma parte da receita pode ser alocada a outras áreas da TI, que procuram mais pessoal.
Além disso, se mais empresas estão a obter vantagens na computação em nuvem, os fornecedores de serviços e de infraestruturas terão que crescer para acompanhar essa procura. Uma busca rápida no site de empregos Indeed.com mostra que vários fornecedores de TI estão interessados em aumentar os esforços de computação em nuvem, e estão a ampliar as suas forças de trabalho.
Mas se você é um administrador de sistemas veterano, interessado em mudar de carreira, não espere para entrar no mercado de cloud computing e mantenha as suas capacidades actualizadas. Terá um monte de novos e graduados concorrentes, muito bem versados em Internet e no modelo “on-demand”.
Competências necessárias
Alguns empregadores vão exigir experiência no domínio de tecnologias de uma das quatro grandes empresas de computação em nuvem: Amazon, Google, Microsoft e Salesforce.com, e/ou experiência com as tecnologias de virtualização, como a da VMWare.
Outros requisitos:
• BA/BS, licenciatura em engenharia, ciência da computação ou áreas afins;
• rede e experiência em arquitectura de segurança;
• experiência com a migração para a nuvem, migração de centros de dados, ou um projecto de consolidação de servidores;
• conhecimento e experiência com tecnologias como Java, Web Services, SOAP e Ajax;
• comunicação, trabalho em equipa e capacidades de resolução de problemas.
(com Computerworld Brasil)