Analista da IDC dá quatro recomendações para que os projectos sejam mais realistas e possam adaptar-se ao orçamento da TI.
Até há pouco tempo, quase nenhum fornecedor da indústria de TI ou analista questionou a ideia de que quase todo o tipo de virtualização proporciona cortes de custos de forma rápida e significativa comparada com a computação concentrada no mundo físico.
A virtualização de servidores, em particular, cria um retorno muito rápido no seu início, de acordo com o analista da IDC, Ian Song. “As pessoas têm uma impressão muito boa da virtualização de servidores por causa disso”. Já “a virtualização de desktops, a nuvem, aplicações em streaming e outros modelos tendem a sofrer com a comparação”, completa.
O grande problema é que parece que a maioria dos gestores de TI nem sequer sabe como fazer medidas ou apresentar resultados de projectos de virtualização.
Há quatro abordagens básicas, recomendadas pela indústria e por analistas. São elas:
1 – Custo baseado na actividade
Trata-se essencialmente de custo baseado em consumo, no qual o custo total de TI é dividido de acordo com o volume de transacções, número de servidores, número de utilizadores e outros padrões de medida do volume do trabalho da TI consumido por uma unidade de negócios em particular.
Este método funciona se a análise e a monitorização forem claros mesmo num ambiente virtualizado e se houver uma forma de contabilizar a capacidade ociosa. Que unidade de negócios paga por máquinas virtuais dedicadas a aplicações que ninguém está a usar?
A abordagem de custo por minuto pura é atractiva vinda de um provedor de serviços externos, mas só é possível porque outros clientes pagam pela capacidade quando não a está a utilizar.
2 – Níveis de preços
As filiais da empresa que não precisam de um grande volume de armazenamento, largura de banda ou suportes adicionais podem pagar uma taxa básica mais baixa que as unidades de negócios que tenham mais serviços. Aqueles que lidam com o próprio suporte, que conseguem provisionar e gerir os seus próprios servidores e gerir outras tarefas que, se o não fizessem, cairiam no colo da TI, merecem descontos e tratamento diferenciado.
3 – Custos de serviço contra custos de infra-estrutura
Uma forma de contabilizar a capacidade ociosa é separar custos-base como largura de banda ou espaços no data center, acesso à rede ou outros serviços que a unidade de negócios utilize. O custo base para a unidade de negócios permaneceria relativamente estável, enquanto os custos dos serviços variariam de acordo com o consumo.
A densidade do servidor virtual – o custo de toda a infraestrutura requerida para operar a infra-estrutura virtual, como licenças, servidores, armazenamento, largura de banda, salários dos profissionais, espaço físico, custo de energia, etc. – pode ser totalizada e dividida de acordo com o número de servidores virtuais que uma unidade de negócios vai requerer.
Ou, então, os custos podem ser divididos de acordo com os requisitos de cada aplicação: os mesmos elementos entrariam na conta para cálculos da densidade do servidor virtual, mas os custos seriam divididos de acordo com os requisitos requeridos para cada aplicação. Custos para uma unidade de negócios são determinados também dependendo de a unidade ser única a usar o software ou poder dividir esse custo com outras unidades de negócios.
4 – Medidas
Atribuir medidas directas ou indirectas é uma forma de dividir custos de acordo com um cálculo externo das necessidades de uma unidade de negócios. Isso pode envolver calcular o custo do departamento de acordo com uma percentagem do orçamento operacional total da companhia, por exemplo.
Qual método é o mais adequado para si?
Vai depender da cultura da empresa e das estruturas contabilísticas. Mas ter os custos bem determinados é mais do que um jogo de contabilidade. “Até que as unidades de negócios saibam que recursos usam e consigam basear-se nisso para mudar as próprias necessidades de uso, elas não verão nenhum benefício directo na virtualização”, finaliza o analista da IDC, Gary Chen.
(CIO/Computerworld Brasil)