UE quer ganhar aos EUA na corrida dos chips

Comissão Europeia anuncia financiamento para tornar a UE num líder mundial no fabrico de processadores.

A Comissária europeia da Agenda Digital estabeleceu esta quinta-feira planos para a União Europeia (UE) produzir mais micro e nano-chips do que os EUA nos próximos sete anos, tal como estava previsto.

“Quero duplicar a nossa produção de chips para cerca de 20% da produção global. Quero a Europa a produzir mais chips na Europa do que os Estados Unidos produzem internamente. É uma meta realista, se canalizarmos os nossos investimentos correctamente”, disse a Comissária Neelie Kroes ao anunciar a estratégia para usar financiamento público para complementar o financiamento da indústria.

A estratégia vai ter 5 mil milhões de euros em recursos públicos para investigação e desenvolvimento. Cerca de 30% virão da UE com o restante vindo de fundos nacionais e regionais e do Banco Europeu de Investimento.

Num documento de estratégia publicado em Dezembro passado, as empresas e institutos do sector da nanoelectrónica da Europa prometeram desembolsar 100 mil milhões de euros ao longo de sete anos, se a UE mantiver a sua parte do acordo.

O documento foi publicado pelo programa CATRENE, que tem 347 parceiros de 19 países europeus (incluindo cinco entidades portuguesas), juntamente com o AENEAS, uma associação da indústria sem fins lucrativos, cujos membros incluem a ST Ericsson, ST Microelectronics, Infineon, Atmel e Philips Electronics.

Eles previram que esse investimento de 100 mil milhões de euros aumentaria as suas receitas em mais de 200 mil milhões por ano e iria criar 250 mil postos de trabalho na Europa. Dessa verba de 100 mil milhões, 15 mil milhões é para despesas de capital e 85 mil milhões para custos operacionais em grandes projectos já em desenvolvimento.

Os fundos da UE serão focados para sete localidades específicas que a Comissão considera poderem ter o máximo de valor rapidamente. “Nós procuramos qualidade, não quantidade”, disse o porta-voz Ryan Heath. “Estamos a financiar apenas o que já é excelente em termos mundiais e que pode ser rapidamente reforçado”.

Os sete locais são Cambridge, no Reino Unido, Caríntia, na Áustria, Dublin (Irlanda), Dresden (Alemanha), Milão (Itália), Grenoble, na França, e, em conjunto, Eindhoven, na Holanda, e Leuven, na Bélgica.

A Europa é actualmente responsável por cerca de 50% da produção global de electrónica para veículos automóveis, cerca de 40% para aplicações de energia e cerca de 35% para automação industrial.
(Jennifer Baker/IDG News Service)




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