Polícia francesa deixa de procurar pessoas desaparecidas e sugere uso das redes sociais

Um procedimento administrativo quase centenário tornou-se obsoleto pela Internet, de acordo com o ministério francês do Interior.

A mais recente vítima de disrupção pelas tecnologias da Internet é um serviço veterano surgido após a I Guerra Mundial: a busca de pessoas desaparecidas.

A polícia francesa vai deixar de procurar adultos desaparecidas a pedido das suas famílias, a menos que existam sinais de que a pessoa está em perigo. A polícia abandonou as buscas em curso e parou de aceitar novos pedidos de buscas, de acordo com um anúncio colocado segunda-feira num site do governo. As mudanças entram em vigor na sexta-feira.

Essas “buscas no interesse da família” foram realizadas no âmbito de um procedimento administrativo de quase um século de idade, introduzido para ajudar as famílias separadas durante a I Guerra Mundial para encontrar parentes desaparecidos, segundo o Ministério do Interior francês.

Os pedidos de buscas caíram consideravelmente nos últimos anos e, agora, estão a ser mais frequentemente usados para encontrar pessoas com pagamentos de pensão de alimentos em atraso, disse o Ministério numa carta aos chefes de polícia anunciando as mudanças no mês passado. A carta instruiu-os a recusar novos pedidos, acrescentando: “podem direccionar as pessoas para as redes sociais na Internet, que oferecem possibilidades interessantes”.

As buscas vão continuar para menores e para aqueles que desaparecem em circunstâncias preocupantes – por exemplo, com intenções suicidas ou vítimas de um crime -, dado que são conduzidos sob um procedimento diferente.

O Ministério atribuiu a queda nos pedidos de buscas pelo surgimento da Internet. As redes sociais, onde as pessoas se sentem compelidas a publicar detalhes dos seus movimentos e estados de espírito, torna muito mais fácil seguir ou voltar a falar com pessoas depois de se perder o seu contacto.
(Peter Sayer/IDG News Service)




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