SAP quer integrar HANA com aplicações em nuvem

Dentro de um a dois anos, a plataforma “in memory” deverá suportar totalmente os produtos de cloud computing da empresa.

A SAP revelou na semana passada, durante a sua conferência Sapphire, em Orlando (EUA), uma estratégia “unificada” na qual os seus produtos em cloud computing serão suportados pela sua tecnologia de base de dados “in-memory” HANA. O suporte atingirá a plenitude da oferta dentro de um ou dois anos, segundo a empresa.

A orientação indica o enfoque da SAP na plataforma HANA e complementa o recente anúncio relativo ao fornecimento da HANA como um serviço em cloud computing, por terceiros. Até então, o enfoque da HANA vinha sendo a capacidade de executar análises em tempo real.

Mas, recentemente, a plataforma tem revelado capacidades para suportar completamente aplicações ERP, CRM e SCM em ambiente “in-memory”. A empresa disse mesmo que a “SAP HANA Cloud Platform vai servir como a fundação para o portefólio completo de soluções de cloud computing da SAP”.

A oferta para cloud computing da SAP abrange uma série de produtos e tecnologias herdadas de empresas que adquiriu nos últimos anos: como a SuccessFactors e Ariba. Inclui também a SAP Cloud for Financials and SAP Cloud for Travel.

Sven Denecken, vice-presidente de estratégia da SAP para a nuvem, e Roy Andrew Ng, vice-presidente sénior de operações comerciais, explicaram que o roteiro para colocar mais produtos sobre a HANA já começou. E que a sua evolução será rápida.

Ng revelou que a SuccessFactors e a Ariba já começaram a usar a HANA para análise de dados, sendo esta a área na qual a SAP “percebeu como mais óbvio o ganho em desempenho”. Quando questionados sobre quanto tempo os clientes terão de esperar para as aplicações da SuccessFactors e da Ariba estarem a correr sobre HANA, Denecken revelou que “os roteiros em cloud computing têm normalmente um ou dois anos, porque a velocidade de inovação durante os trimestres é muito grande”.

“Mas também estamos à procura de novas soluções, para desenvolver novos tipos de soluções utilizando a capacidade da tecnologia [HANA], por isso para mim esse roteiro nunca terá fim”. No entanto, na visão de Ng, não é provável que a utilização da HANA esteja na vanguarda das mentes dos clientes quando forem questionados sobre cloud computing.

Os clientes estão simplesmente interessados na velocidade com a qual a aplicação e os seus recursos poderão ser disponibilizados. “É quase irrelevante para o cliente se a tecnologia subjacente é a base de dados HANA ou não. Estão a receber as aplicações de negócios com a velocidade pretendida? Satisfazemos as suas necessidades de negócio? Isto é especialmente verdadeiro no âmbito da análise de dados”.

“Clímax relativo”
“Depois de quatro anos a promover a tecnologia HANA, chegámos a um clímax relativo”, disse o co-fundador e presidente da SAP, Hasso Plattner (na foto), durante uma palestra no último dia do evento iniciado a 14 de Maio. “Já não tem só a ver com a HANA, mas sim com as aplicações que sobre ela podem correr HANA”.

Enquanto caminhava pela exposição da conferência, Plattner viu “centenas, talvez milhares” de aplicações desenvolvidas sobre a HANA, disse.

A SAP também tem atualizado a HANA através de uma série de pacotes de serviços, que diz oferecer novas funcionalidades, sem a dor e o incómodo de uma actualização tradicional. O “service pack” número seis já está disponível e traz uma série de recursos, resultando numa HANA “re-imaginada”, sustenta a SAP.

Uma grande novidade é o Smarter Data Access, que pode examinar uma consulta ou “query” e determinar a maneira mais eficiente para federá-la ao longo da paisagem de bases de dados de uma empresa, seja para HANA ou outros sistemas, tais como os da Oracle, da Sybase ou Hadoop.

O pacote também traz capacidades para tratar de dados geo-espaciais na HANA, permitindo às aplicações combinarem dados de negócios e de localização em tempo real, revela a SAP. Isto pode ser de interesse para as empresas com grandes quantidades de bens caros, geograficamente dispersos, que desejam acompanhar e monitorizar esses activos.

Outras melhorias englobam capacidades de processamento de linguagem natural, ferramentas de desenvolvimento de aplicações e recursos para Disaster Recovery.

Análise predictiva em alta
Ricardo Carlotto, director de soluções analíticas da SAP Brasil, diz que a arquitetura do Hana atende à procura das corporações para uma gestão de negócios que vai além do ERP. Através dela é possível, segundo a fabricante, integrar soluções que pertençam aos cinco pilares de inovação propostos pela empresa: analíticos, mobilidade, banco de dados, computação em nuvem e aplicações.

“O Hana vem proporcionando algumas coisas que não tínhamos condições de fazer com a arquitetura anterior. Algumas análises que levavam 16 dias agora podem ser feitas em 16 minutos”, diz Carlotto. “Antes não era possível ter a análise em tempo real de uma informação.”

Mas a cereja do bolo é a análise preditiva (Predictive Analysis é o nome do software comercializado pela SAP), disponível no mercado desde o fim do ano passado. Ele traz “conceitos novos de análise predictiva”, diz o executivo da SAP. O primeiro deles é a facilidade de uso, cuja ideia é democratizar o uso da ferramenta para utilizadores, inclusive do ERP, que não sejam matemáticos ou estatísticos. Além disso, a própria suíte SAP Business Intelligence possui um módulo de visualização integrado à análise predictiva, que possibilita a montagem de gráficos mesmo sem a assessoria de especialistas de TI.

Segundo o co-CEO da SAP, Jim Hagemann Snabe, há já 1500 clientes a usarem a HANA.
(Derek du Preez/IDG News Services/Computerworld Brasil)




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