O processo refere-se a equipamentos de rede e deverá atingir empresas chinesas como a Huawei Technologies e a ZTE.
A União Europeia prepara-se para investigar as importações de equipamentos de rede para comunicações móveis provenientes da China. Em causa estão práticas anti-concorrenciais, e a iniciativa deverá atingir empresas como a Huawei Technologies e a ZTE.
Entretanto a China alerta a UE contra medidas proteccionistas ou restritivas. A investigação incidirá sobre alegadas políticas de “dumping” levadas a cabo pelo país asiático e a subsidiação de produtos relacionados com telecomunicações, disse em comunicado o comissário europeu para o Comércio, Karel De Cucht, na quarta-feira.
Não foi especificado o nome de qualquer empresa, mas a Comissão Europeia alegou no ano passado que tanto a Huawei como a ZTE têm recebido financiamento preferencial do governo chinês. A Comissão Europeia pretende, no entanto, tentar primeiro negociar com as autoridades chinesas uma “solução amigável” antes de iniciar a investigação.
O orgão executivo estima que as exportações chinesas de equipamentos de telecomunicações para a UE atinjam valores acima do milhar de milhões por ano. “Esperamos que a UE continue com a protecção do desenvolvimento estável das relações comerciais entre a China e a UE, e não tome medidas proteccionistas ou acções restritivas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Externas da China.
A Huawei também já respondeu afirmando que a empresa tem “práticas justas ” em todos os mercados, e concretiza negócios através por mérito da sua tecnologia e serviços, e não através de políticas de preços ou beneficiando de subsídios. “A Huawei tem actualmente uma ampla cooperação com empresas europeias em matéria de inovação, que está a criar valor considerável para todas as partes envolvidas”, disse a empresa num email para a IDG. E diz ter comprado 2, 9 mil milhões de euros durante 2011, em produtos e serviços da Europa.
A ZTE ainda não recebeu uma notificação formal por parte da UE, mas negou fazer “dumping” de produtos ou receber subsídios ilegais das autoridades chinesas, disse o porta-voz da empresa David Dai Shu, na quinta-feira. Embora a empresa não receba qualquer apoio financeiro da China, os subsídios são pequenos e estão em pé de igualdade com o apoio dado a fornecedores europeus pelos seus países de origem, acrescentou.
Aquela empresa, diz também que o seu negócio de infra-estrutura de telecomunicações na Europa é pequeno. E por isso espera um impacto fraco sobre a empresa.
A Comissão Europeia deverá lançar a investigação por sua iniciativa sem haver queixa oficial de alguma empresa. A Huawei recordou que a acção não tem precedentes.
Para a Comissão, essa opção é “particularmente importante, pois oferece um ‘escudo’ face ao alto risco de retaliação contra empresas europeias pede instrumentos de defesa sobre o comércio”.
(Michael Kan/IDG News Service)